Fibrose quística: afinal, que doença é esta?

Fibrose quística: o que é e como se trata

A fibrose quística é uma doença rara, crónica e hereditária que resulta da mutação de um gene. Afeta todo o organismo e que manifesta-se sobretudo nos aparelhos respiratório e gastrointestinal.

  • PorCarlos Eugénio Augusto
    Jornalista

  • ColaboraçãoDra. Joana Roque
    Médica interna de Saúde Pública e vice-presidente da Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ)

A fibrose quística é uma doença rara, crónica e hereditária que resulta da mutação do gene CFTR, responsável pela codificação da proteína homónima que, nestes pacientes, está alterada, o que torna as secreções corporais mais espessas e viscosas, em especial nos pulmões e no pâncreas. Estima-se que afete cerca de 400 pessoas em Portugal e entre os possíveis transmissores da doença estão os portadores deste gene, pessoas com histórico familiar da doença, parentes de crianças com dificuldade de crescimento ou múltiplas infeções respiratórias. A Revista Prevenir reuniu o essencial sobre esta doença neste artigo que conta com a colaboração de Joana Roque, médica interna de Saúde Pública e vice-presidente da Associação Nacional de Fibrose Quística  (ANFQ).

Como se faz o diagnóstico

O diagnóstico de fibrose quística é realizado a partir de uma suspeita inicial resultante do rastreio neonatal (teste do pezinho). A confirmação chega após dois testes do suor positivos, ou seja, uma presença elevada de cloro no suor. Pode também realizar-se um teste genético que identifica as mutações do gene.

Em Portugal, existem 400 pessoas com fibrose quística

Fibrose quística: quais os órgãos mais afetados

Apesar de afetar todo o organismo, adoença manifesta-se sobretudo nos aparelhos respiratório e gastrointestinal.

  • Pulmões É um dos órgãos mais afetados na fibrose quística pelo efeito das secreções muito espessas, o que eleva a probabilidade de infeções. Ao longo dos anos, a doença destrói os pulmões, levando ao seu transplante. A tosse, persistente e incomodativa, é o sintoma mais frequente pela espessura das secreções respiratórias, o que dificulta a sua expulsão e provoca infeções.
  • Sistema gastrointestinal É prejudicado pelo mau funcionamento do fígado e especialmente do pâncreas, por culpa das secreções que bloqueiam os respetivos canais, impedindo a ação das enzimas digestivas.

Efeitos secundários da fibrose quística

Dificuldade de crescimento. O défice de enzimas digestivas aumenta a dificuldade em digerir alimentos, o que se traduz em dificuldades de crescimento e ganho de peso.

Diabetes. É um dos efeitos secundários da fibrose quística devido à progressiva destruição do pâncreas, manifestando-se em especial na adolescência e fase adulta.

Infertilidade. É outra das manifestações da doença e afeta, em especial, os homens. Presume-se que o problema tenha origem no período intrauterino, através do bloqueio dos ductos deferentes, que se encontram ausentes no nascimento.

Perigo de desidratação. Resulta da perda excessiva de água e sais minerais no suor.

A esperança média de vida dos doentes com fibrose quística ronda os 40 anos

Como é feito o tratamento

O tratamento da fibrose quística é realizado através de nebulizações diárias para tornar o muco mais fluido e fisioterapia respiratória para a sua expulsão. Em caso de infeção é necessária a toma de antibiótico e para a digestão são ingeridas cápsulas com enzimas pancreáticas. A esperança média de vida dos pacientes ronda os 40 anos, no entanto estão a ser desenvolvidos novos fármacos dirigidos à causa da doença e que podem elevar a sobrevida.

Última revisão: Novembro 2020

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