São vários os métodos anunciados para deixar de fumar e todos alegam resultados positivos, sendo a hipnose uma dessas estratégias. Mas será que resulta? Carlos Fiolhais e David Marçal duvidam.
Um tratamento caro aumenta até cinco por cento as hipóteses de deixar de fumar, e é esse o único efeito que se pode eventualmente esperar dessas propostas
«Numa revisão da literatura médica da Cochrane Collaboration, que levou em conta todos os ensaios clínicos sérios, concluiu-se que [a hipnose] não tem nenhum efeito quando avaliada ao fim de seis meses, face a pacientes que não fizeram qualquer tratamento. O mesmo acontece com a acupunctura, electroacupunctura e estimulação laser», pode ler-se em A Ciência e os Seus Inimigos. Outro estudo referido aponta que «um tratamento caro aumenta até cinco por cento as hipóteses de deixar de fumar, e é esse o único efeito que se pode eventualmente esperar dessas propostas», concluem os autores, ressalvando: «Claro que vale a pena deixar de fumar. O tabaco não só causa 87 por cento das mortes por cancro do pulmão como faz mal a quase tudo».
Em defesa da ciência e de uma sociedade livre e aberta, e no combate ao autoritarismo e ignorância, no livro A Ciência e os Seus Inimigos (Gradiva), o físico Carlos Fiolhais e o bioquímico David Marçal analisam, e denunciam, com base nas pesquisas mais recentes, fenómenos da «pseudociência» que colocam em causa a nossa segurança e bem-estar.
