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DPOC: o que é, causas, sintomas e como prevenir

DPOC: o que é, causas, sintomas e como prevenir

É fumador, tem tosse com expetoração principalmente durante a manhã? Constipa-se durante o inverno com frequência? Cansa-se com facilidade a subir escadas? Tudo isto são sintomas de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença broncopulmonar que resulta da obstrução progressiva das vias aéreas. A DPOC engloba a bronquite crónica e o enfisema pulmonar, que provocam o aperto ou a obstrução dos brônquios e a destruição do tecido pulmonar. O diagnóstico é feito através de um exame simples, a espirometria, que mede o fluxo de ar nos pulmões. A maior parte dos sintomas são devidos aos seus efeitos sobre os brônquios, mas a DPOC afeta igualmente os vasos sanguíneos dos pulmões, podendo causar uma sobrecarga sobre o coração e ter efeitos negativos sobre a massa muscular.

Segundo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), trata-se de uma doença que afeta cerca de 14 por cento dos portugueses, maiores de 40 anos e, em particular, fumadores. A DPOC não tem cura, mas pode ser prevenida e tratada. O tipo de tratamento depende dos sintomas e da fase de diagnóstico da doença. Os objetivos são reduzir os sintomas e as crises, para que o doente se mantenha tão ativo quanto possível e consiga atrasar a evolução natural da doença.

O que é

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é caracterizada pela obstrução progressiva das vias aéreas, associada a uma resposta inflamatória do aparelho respiratório. Sob esta designação incluem-se a bronquite crónica (que se manifesta pela presença de tosse e expetoração na maior parte dos dias, durante 3 meses e em 2 anos consecutivos) e o enfisema pulmonar (que pode surgir isoladamente ou como complicação da bronquite crónica).

O número de cigarros fumados e a idade precoce do início do consumo tornam mais provável o aparecimento de DPOC

Embora possa manter-se estável durante algum tempo, a DPOC progride, naturalmente, para estádios cada vez mais graves, estando associada a várias complicações:
• Exacerbações (agravamento dos sintomas habituais) ou crises
• Maior suscetibilidade a infeções respiratórias
• Insuficiência respiratória crónica (com necessidade de uso de oxigénio e/ou ventiladores)
• Incapacidade para o trabalho e vida pessoal
• Morte prematura

Fatores de risco

Existem três fatores principais que estão associados ao risco de vir a desenvolver DPOC:

  • O tabagismo é a principal causa de DPOC, responsável por 80 a 90 por cento dos casos. O número de cigarros fumados e a idade precoce do início do consumo tornam mais provável o aparecimento de DPOC.
  • A exposição a gases, poeiras ou produtos químicos poluentes no contexto de uma atividade profissional, também podem provocar inflamação no aparelho respiratório, fragilizando a mucosa e contribuindo para a efetivação da doença.
  • Historial familiar: um problema hereditário raro, a deficiência de alfa 1 antitripsina, é responsável por uma reduzida percentagem de casos.

Ainda que se trate de uma patologia silenciosa, estão entre os sintomas mais usuais a tosse e expetoração diárias, pieira e falta de ar associada a esforços físicos

Sintomas e diagnóstico

O sintoma mais frequente é a sensação de falta de ar que pode conduzir a limitações graves, nomeadamente no desempenho das atividades diárias. Um dos principais problemas da DPOC é que estes sintomas pioram de uma forma gradual e progressiva, sobretudo se o doente continuar a fumar. Por isso muitas vezes, o doente acaba por desvalorizar os sinais de alerta e só recorre ao médico numa fase tardia da doença.

Ainda que se trate de uma patologia silenciosa até à ocorrência de um problema pulmonar significativo, estão entre os sintomas mais usuais a tosse e expetoração diárias, pieira e falta de ar associada a esforços físicos. A par da observação médica regular, recomenda-se a realização de uma espirometria, um teste de respiração que mede a quantidade de ar expirado pelos pulmões e que demonstra o estreitamento das vias aéreas.

Os principais sintomas são:
• Tosse crónica
• Expetoração/ escarro ou catarro
• Pieira
• Dificuldade em respirar (dispneia) durante o esforço (por exemplo, ao subir escadas)
• Limitação para a realização de tarefas diárias habituais
• Limitação para o exercício físico
• Cansaço

Prevenção e tratamento

Uma vez que a DPOC é uma doença intimamente relacionada com o tabagismo, a melhor forma de prevenção é nunca fumar ou deixar de o fazer o mais rapidamente possível. As lesões causadas nos pulmões pela DPOC não regridem, mas a cessação do consumo de tabaco previne a perda acelerada da função respiratória. A boa notícia é que a DPOC é pouco frequente em não fumadores e em pessoas que não são fumadores passivos. Outra estratégia importante é utilizar proteção respiratória, como máscaras, caso a profissão obrigue a exposição a poeiras, fumos e agentes químicos.

A forma de combater a DPOC depende da gravidade dos sintomas. Nos quadros mais ligeiros, deve fazer-se apenas tratamento nas fases de agudização dos sintomas. No caso de um doente com sintomas regulares, aconselha-se o recurso a inaladores que reduzem o estreitamento das vias aéreas e relaxam os músculos destas vias. Em doentes com obstrução grave das vias aéreas e com agudizações habituais, recomenda-se o recurso a corticosteroides inalados para reduzir a frequência de incidências. Em situações mais graves, a solução passa por corticosteroides orais. Em pacientes cuja DPOC tenha mais agudizações, pode ser necessária a administração de oxigénio.

Ainda que a cessação tabágica seja a medida com mais capacidade de alterar a história natural da doença, a alimentação cuidada e personalizada, a manutenção de um estilo de vida ativo e saudável e a prática de exercícios de reabilitação respiratória, ajudam a atrasar a evolução da doença e uma maior adaptação do doente aos seus sintomas. Na prevenção de complicações associadas à DPOC recomenda-se também a vacinação contra doenças que ataquem as vias respiratórias, como a gripe.


Fontes:

American Lung Association
COPD Foundation
European Lung Foundation

Fundação Portuguesa do Pulmão
Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP)

Última revisão: Novembro 2020

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