O hipotiroidismo «tem na sua base uma alteração genética e, não sendo hereditária, pode aparecer em várias pessoas, principalmente mulheres, da mesma família», começa por explicar Maria João Oliveira, médica endocrinologista e membro do Grupo de Estudo da Tiroide, da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), em entrevista à Revista Prevenir.
O que causa hipotiroidismo?
«A causa mais frequente de hipotiroidismo em Portugal, assim como em outros países da Europa, é a doença autoimune da tiroide – tiroidite de Hashimoto –, em que as células de defesa do organismo (anticorpos) deixam de reconhecer a tiroide e atacam-na. Pensa-se também que poderá existir alguma influência do meio ambiente para o seu aparecimento», refere a especialista.
Outras causas são «o défice de iodo, a radioterapia da cabeça e pescoço, a cirurgia, o uso de certos fármacos ou malformação congénita (hipotiroidismo congénito)», acrescenta.
Conheça os sintomas do hipotiroidismo
Como explica Maria João Oliveira, médica endocrinologista, quando surge hipotiroidismo, o metabolismo abranda, podendo provocar… 
- Cansaço
- Maior sensibilidade ao frio
- Aumento de peso
- Períodos menstruais anormais (abundantes ou mais frequentes)
- Obstipação (prisão de ventre)
- Fraqueza muscular
- Depressão
- Queda de cabelo
- Pele seca
- Edemas
Como é feito o diagnóstico
O hipotiroidismo «manifesta-se lentamente e os seus sinais e sintomas podem ser inespecíficos», como explica a médica endocrinologista. O diagnóstico realiza-se através do doseamento da TSH (hormona estimuladora da tiroide) e da T4 no sangue.
O tratamento consiste na toma de um comprimido por dia e, geralmente, é para toda a vida
Caso se suspeite de uma doença autoimune, faz-se também o doseamento dos anticorpos tiroideus no sangue».
O tratamento é para toda a vida
O tratamento do hipotiroidismo «prevê a toma diária, em jejum, de um comprimido de T4 (levotiroxina), que, no organismo, é convertida em T3. É um tratamento simples e eficaz, desde que na dose certa. Geralmente, é para toda a vida. A dose deste fármaco deve ser ajustada periodicamente, caso necessário, após o doseamento da TSH no sangue», conta.