Na maioria das vezes, o hipertiroidismo é provocado por uma doença autoimune, a doença de Graves, também conhecida por bócio tóxico difuso, e que corresponde a 60 a 80 por cento dos casos. Nesta situação, «a glândula é estimulada a produzir hormonas tiroideias em concentrações superiores ao normal pelos anticorpos que surgem no sangue, provocando um aumento generalizado do volume da tiroide (bócio)», como explica Maria João Oliveira, médica endocrinologista e membro do Grupo de Estudo da Tiroide, da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), em entrevista à Revista Prevenir.
«O hipertiroidismo requer uma abordagem e terapêutica imediatas por um médico especialista com experiência no tratamento das disfunções da tiroide»
Outras causas possíveis do hipertiroidismo são a presença de «nódulos que produzem autonomamente e de forma descontrolada excesso de hormonas – nódulos tóxicos ou bócio multinodular tóxico ou a ação de certos fármacos na tiroide», refere a especialista.
Conheça os sintomas do hipertiroidismo
Como explica Maria João Oliveira, médica endocrinologista, quando surge o hipertiroidismo, o metabolismo acelera, podendo provocar…
- Agitação ou irritabilidade
- Aumento da transpiração e maior intolerância ao calor
- Perda inexplicada de peso, apesar de aumento do apetite
- Períodos menstruais anormais (mais ligeiros ou menos frequentes)
- Diarreia
- Tremores
- Alterações do humor
- Palpitações
- Aumento do volume cervical (bócio)
- Edema das pálpebras e proeminência dos globos oculares (na doença de Graves)
Hipertiroidismo: como se diagnostica
O hipertiroidismo «tende a aparecer de forma súbita e com uma clínica evidente. No entanto, por vezes, é confundida com uma patologia psiquiátrica, atrasando o tratamento», refere a médica endocrinologista em entrevista à Revista Prevenir.
O diagnóstico do hipertiroidismo é feito através do «doseamento da hormona hipofisária estimuladora da tiroide, a TSH, e das hormonas T4 e T3 (produzidas pela tiroide) no sangue». A ecografia é o exame de eleição para o estudo da estrutura da tiroide. «Permite calcular o volume da glândula e saber se existe ou não um bócio, bem como identificar os nódulos e conhecer as suas características», afirma a médica endocrinologista Maria João Oliveira.
A importância do tratamento
«O hipertiroidismo requer uma abordagem e terapêutica imediatas por um médico especialista com experiência no tratamento das disfunções da tiroide», afirma a médica endocrinologista, alertando: «O não tratamento pode levar à “exaustão” do organismo, nomeadamente, ao desenvolvimento de uma falência cardíaca.
Soluções terapêuticas
O tratamento do hipertiroidismo inicia-se, geralmente, com a toma de um fármaco antitiroideu que reduz a síntese de hormonas. Em alguns casos, a resposta é insuficiente ou surge uma recidiva após a paragem do fármaco, sendo necessário recorrer a um tratamento definitivo: a cirurgia para retirar a glândula ou tratamento com iodo radioativo (I-131), que limita o seu funcionamento».