A asma é uma das doenças crónicas mais comuns em todo o mundo. Aliás, é a doença mais comum na infância. No nosso país mais de 600 mil pessoas sofrem de asma. Já a nível mundial, a doença atinge mais de 235 milhões de pessoas. Filipa Todo Bom, coordenadora da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia explica à Revista Prevenir o essencial sobre esta doença.
Por que temos asma? As causas
A causa da asma não é completamente conhecida. No entanto, sabe-se que na sua base estão mecanismos de reatividade exagerada face a estímulos. Contudo, em pessoas saudáveis os mesmos estímulos não causam efeitos. Por exemplo, pelos de animais, pólenes, ácaros e fumo do tabaco são alguns dos fatores que podem levar a uma crise de asma. Já o exercício físico pode igualmente desencadear sintomas de asma, mas não constitui perigo desde que sejam seguidas as recomendações médicas.
Conheça os sintomas mais comuns
A falta de ar é um sintoma frequente. Também a pieira (“gatinhos”), sensação de peso no peito e tosse (geralmente seca) são queixas muito comuns. Em casos moderados a graves podem surgir outros sintomas: sonolência excessiva, fadiga diurna, taquicardia, respiração rápida, dificuldade em terminar frases, coloração azulada da língua, lábios e mucosas.
Por outro lado, cerca de 80 por cento dos asmáticos sofre de rinite alérgica, caracterizada por corrimento nasal, obstrução nasal e comichão no nariz.
Asma: como é feito o diagnóstico
Em primeiro lugar, na avaliação inicial de um doente em que existe suspeita de asma costumam fazer-se testes para deteção de potenciais alergias. Exemplo disso são os testes de sensibilidade cutânea. Já a espirometria é um exame que permite confirmar a existência ou não de obstrução ao fluxo de ar e a sua reversibilidade.
Controlar a inflamação e os sintomas
A asma não tem cura mas pode-se estabilizar a inflamação e os sintomas. É igualmente possível diminuir o grau de limitação do fluxo aéreo e minimizar o risco de crises. No tratamento de controlo recorre-se a corticoides inalados, broncodilatadores de longa ação e antagonistas dos recetores dos leucotrienos. Em caso de crise, existem medicamentos de alívio, como broncodilatadores de ação rápida e corticoides sistémicos. A única forma de alterar o curso natural da doença é através da imunoterapia. Este tratamento consiste na dessensibilização de um doente a um determinado alergénio.