Os analgésicos são uma categoria de medicamentos destinados a reduzir ou aliviar a dor. Existem vários tipos de analgésicos que são indicados consoante o tipo de dor. Saiba o que os distingue e que cuidados deve ter ao usá-los. Mas, primeiro, avalie a sua dor
Como é a sua dor?
Para definir o fármaco certo para a sua dor, o seu médico vai precisar de saber, além da localização e possível origem, qual o seu nível de dor.
Tipos de analgésicos
«Para uma utilização adequada dos analgésicos, a Organização Mundial da Saúde (WHO) definiu uma escala de medicação para alívio da dor cujas orientações recomendam uma aplicação gradual e progressiva, baseada na intensidade da dor», esclarece Eunice Silva. A sua toma deve ser feita sob a supervisão de um médico assistente.
Se a dor for fraca ou moderada
Analgésicos indicados: Paracetamol e anti-inflamatórios não esteroides.
Estão indicados em caso «de dor pós-cirúrgica, dores musculares ou num contexto de gripe». O paracetamol atua no sistema nervoso central, «os anti-inflamatórios atuam na inflamação local, pelo que são utilizados na artrite reumatoide, artroses, tendinites…».
Cuidados a ter A dose de paracetamol não deve ser excedida, pois «pode provocar uma insuficiência hepática grave». Os anti-inflamatórios podem provocar gastrite ou úlceras no estômago ou levar a alterações da tensão arterial ou patologia renal».
Se a dor for moderada a forte
Analgésicos indicados: Opioides, como tramadol e codeína.
«Têm influência em recetores específicos, que se encontram tanto a nível periférico como central. São divididos em fracos e fortes consoante a sua potência», descreve Eunice Silva.
Cuidados a ter «Deve haver precaução na sua utilização em doentes que tomem ansiolíticos, pois podem potenciar a ação de ambos os fármacos. O tramadol associado a alguns antidepressivos pode provocar alterações do estado mental, neuromusculares e hiperatividade. Mal-estar geral, náuseas, vómitos, prisão de ventre, comichão ou dependência estão entre os seus efeitos secundários.»
Se a dor for severa
Analgésicos indicados: Opioides fortes como morfina, buprenorfina, hidromorfona, oxicodona, fentanil e tapentadol.
São, «sobretudo, indicados na dor associada ao cancro. No caso de outros doentes, existem regras de maior contenção e cada vez mais o tratamento é assente em recuperar a função, mesmo sem o tratamento completo da dor que é, por vezes, impossível».
Cuidados a ter «Deve haver cuidado em doentes medicados com ansiolíticos, pois podem potenciar a ação dos dois fármacos. Os efeitos secundários mais frequentes são: mal-estar geral, náuseas, vómitos, obstipação, comichão ou dependência.»
Antes de tomar: tem de contar ao seu médico
Para perceber o que o afeta e que terapêutica deve indicar, o profissional de saúde que o acompanha precisa de perceber o processo que deu origem à dor. Para que ele tenha sucesso nessa missão, deve partilhar com ele…
- Como é a dor: moinha, facada, intermitente, cólica;
- Quando começou;
- Onde se localiza e para onde irradia;
- Situações em que a dor se agrava ou alivia;
- Em que medida a dor interfere nas atividades da vida diária;
- Se perturba o sono;
- Qual a intensidade da dor;
- Medicação que já tomou e/ou que está a tomar;
- Medicação a que é alérgico;
- As suas doenças.