Quer fazer um branqueamento dentário? Leia este artigo

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O branqueamento dentário pode ser feito no consultório do dentista ou em casa. Descubra os tratamentos existentes e outras estratégias para alcançar um sorriso mais branco em segundos.

  • PorBárbara BettencourtJornalista

  • Colaboração e revisão científicaProf. Dr. João CaramêsMédico dentista
  • Dr. Miguel StanleyMédico dentista
  • Sara CastroMaquilhadora 

O sorriso é o nosso cartão de visita e exibir uns dentes brancos é uma preocupação crescente. Em Portugal, a moda dos tratamentos branqueadores chegou por volta de 2002 e, desde então, surgiram muitas técnicas inovadoras com um só objetivo: tornar os nossos dentes mais brancos. Das pastas branqueadoras à tecnologia laser que promete resultados em pouco mais de uma hora, a oferta é variada, tanto na técnica como no “peso” que terá na sua carteira. «Naturalmente, as pessoas procuram as soluções mais baratas e eficazes, mas este é um domínio em que o barato pode sair caro», lembra o médico dentista Miguel Stanley, diretor clínico da Clínica White, à Revista Prevenir. Estar informado é essencial para fazer a escolha certa e ter o resultado que deseja.

Primeiro passo para o branqueamento

Antes de pensar em branquear os dentes, há vários aspetos a ter em conta: «Só 30 por cento da população é que pode chegar ao consultório e fazer um branqueamento dentário imediato. Não deve ser feito se houver problemas prévios, como cáries ou gengivites que iriam piorar», alerta Miguel Stanley. A primeira coisa a fazer é tratar estes problemas e fazer um diagnostico preciso. É que há várias razões para ter um sorriso amarelo ou acinzentado e nem todas são passíveis de tratamento. Da mesma forma, há vários graus de branco ou amarelo e a solução não será igual para todos».

Lista negra

Além de se poder dever a características naturais do dente, o tom considerado inestético pode ser causado por alterações na composição da saliva provocadas por medicamentos com impacto na cor do dente. É o caso das tetraciclinas (um antibiótico associado ao aparecimento de manchas e tom acinzentado) e de alguns «antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensores que podem induzir uma diminuição da produção da saliva e com isso aumentar o risco de doenças orais e pigmentação», explica o médico dentista João Caramês. A nossa dieta também pode refletir-se negativamente no sorriso.

Use palhinha para beber refrigerantes e lave os dentes a seguir a comer alimentos pigmentantes, como café, chá preto ou verde, caril, beterraba, vinho tinto ou frutos vermelhos

«O consumo excessivo de sumos de fruta naturais, bebidas energéticas ou carbonatadas provocam danos no esmalte dentário com repercussões nefastas ao longo dos anos», adianta João Caramês. Chá, café e tabaco são outros alimentos que contribuem para a pigmentação dos dentes, «sobretudo em quem tem uma dentina mais fraca», lembra Miguel Stanley. No que toca à saúde oral, a prevenção é fundamental, especialmente na infância e adolescência, sublinha o médico dentista: «Até aos 20 anos, há que ter um cuidado acrescido com a dieta para criar uma boa estrutura dentária. A saúde dos dentes vem mais de dentro do que de fora».


No consultório

O branqueamento pode ser feito na cadeira do dentista ou em casa. No consultório, «o procedimento consiste em aplicar um produto que contém o agente ativo branqueador (geralmente peróxido de hidrogénio) diretamente sobre a superfície dentária. Este poderá ser ativado com uma luz (LED) ou laser. Este branqueamento de ação química consegue alterar a cor intrínseca do dente sem danificar a estrutura dentária», explica João Caramês. O tratamento dura entre 60 e 90 minutos, pode requerer mais do que uma sessão e tem um custo de 300 a 600 euros. O branqueamento feito em casa consiste em «aplicar o mesmo gel numa fina e discreta moldeira individual adaptada aos dentes do paciente. O procedimento é iniciado no consultório, onde são dadas as instruções. Depois, é repetido em casa, por 12 a 16 dias, sendo o branqueamento atingido de forma gradual». O custo ronda os 100 e os 180 euros por arcada. Deve ser feito por prescrição médica.

Branqueamento: remédio caseiro

Mistura de bicarbonato de sódio com sumo de limão é uma receita antiga para branquear os dentes. Será que funciona? «Não há estudos que o comprovem e como estamos no século XXI, prefiro que alguém compre uma pasta de dentes branqueadora que tem uma base científica», defende Miguel Stanley. Além disso, as mezinhas comportam riscos, já que a alteração de cor se faz à custa da estrutura dentária, isto é, pode haver «um desgaste acentuado da superfície do esmalte, erosão dentária e lesões nas gengivas e lábios», acrescenta João Caramês. Quanto ao uso de dentífricos branqueadores, deve ser evitado se tem cáries ou problemas nas gengivas.

«Ter os dentes naturalmente mais amarelos pode ser simplesmente sinal de uma estrutura dentária muito forte»

Como realça João Caramês, por serem de ação mecânica e mais abrasiva, estas pastas removem a camada mais superficial do dente, o esmalte, o que pode ter efeitos nefastos na saúde dentária futura. Além disso, não corrigem dentes muito amarelos. «Idealmente, servem para fazer a manutenção após um branqueamento de consultório mas também podem ser usadas a título preventivo por quem já tenha os dentes naturalmente brancos», explica Miguel Stanley.

Ilusão de ótica

Nem só a cor do dente dita a brancura de um sorriso. O tom de pele influencia a perceção que temos da brancura dentária. «Achamos que as pessoas de raça negra têm os dentes mais brancos e as ruivas mais amarelos, mas não é verdade, isto tem mais a ver com o contraste entre a pele e o cabelo», explica  Miguel Stanley à Revista Prevenir. Um sorriso mais branco depende ainda de outros fatores como a posição dos dentes e “detalhes”, como o contorno dos dentes ou a altura da gengiva face à dimensão do dente. «Em alguns casos, uma gengivoplastia de contorno pode eliminar o excesso de gengiva, mostrando mais superfície do dente, refletindo mais luz e dando a perceção de dentes mais brancos», refere Miguel Stanley.

O mito dos dentes amarelos

Miguel Stanley desmistifica: «O dente tem uma camada exterior fina que é o esmalte, e uma parte interior – a dentina – que compõe cerca de 70 por cento do dente. O núcleo é sempre mais amarelo do que o exterior». Esta estrutura é a razão pela qual até pessoas saudáveis podem ter dentes amarelos: «Ter os dentes naturalmente mais amarelos pode ser simplesmente sinal de uma estrutura dentária muito forte».


O truque do batom

Tal como o tom de pele, a cor dos lábios pode alterar a perceção da brancura dos dentes. A maquilhadora Sara Castro explica-lhe como:

Cor

  • Tons rosas, vermelho escuros, cor de vinho ou roxos dão ideia de dentes mais brancos.
  • Tons alaranjados e vermelhos claros realçam o amarelo dos dentes.
  • Os tons nude mais escuros do que a gengiva também ajudam a neutralizar o amarelo.
  • Na dúvida, opte sempre por tons mais escuros do que a gengiva para criar contraste com a pele.

Textura

  • Fuja dos glosses e de todos os batons com pigmento brilhante.
  • Os batons de cor mate ajudam a neutralizar o amarelo dos dentes, desde que não tenham uma cor desfavorável.

Branqueamento dentário: quem pode fazer?

Quatro orientações a seguir…

  1. Idade mínima Os dentes definitivos já nascem com a dimensão final. Apesar disso, na adolescência, «os dentes podem fortificar-se através dos minerais da própria saliva. Por isso, só se deve fazer branqueamento depois de ter toda a dentição adulta e idealmente após os 18 anos», aconselha Miguel Stanley.
  2. Problemas dentários Se tem cáries, gengivites ou outros problemas dentários, trate-os primeiro. Só depois poderá fazer um branqueamento.
  3. Dentes com compósitos, facetas ou cerâmicas O branqueamento só é eficaz em dentes naturais. «Dentes com compósito, faceta ou cerâmica não podem ser branqueados. A solução é branquear os outros dentes e adaptar a cor da faceta ou cerâmica para ficar igual», refere Miguel Stanley.
  4. Contraindicações Grávidas no primeiro trimestre e pessoas com problemas cutâneos – pele muito sensível ou que estejam a fazer radioterapia – não podem fazer o branqueamento de consultório. Podem, em alguns casos, recorrer ao tratamento ambulatório com moldeiras.

Branqueamento dentário: soluções à medida do seu sorriso

«Em Portugal, há quatro tons de dentes mais comuns. A escala vai do A1 (branco) ao A4 (mais amarelado), que pode estar presente em pessoas com excelente saúde e higiene oral», esclarece Miguel Stanley.

“Tenho os dentes brancos mas quero torná-los mais brancos”

«Pode fazer um branqueamento no consultório (e fazer manutenção com uma moldeira), usar simplesmente a moldeira em casa durante algumas semanas ou ainda usar uma pasta branqueadora para manter. Cerca de trinta por cento dos casos encaixam nesta categoria.»

“Tenho os dentes naturalmente amarelos e algumas cáries”

«Não vale a pena usar pastas branqueadoras. Pode fazer um tratamento de consultório ou com moldeira, mas só depois de tratar as cáries. Estas pessoas representam cerca de 60 por cento dos casos em consulta.»

“Tenho os dentes acinzentados. O branqueamento pode ajudar?”

«Muitas pessoas que tomam ou tomaram antibióticos durante muito tempo, especialmente tetraciclinas, ficam com os dentes manchados. Estas manchas são defeitos do esmalte e não podem ser aclaradas nem em consultório nem em casa. A única solução é cobrir os dentes com cerâmicas ou facetas. Cinco por cento das pessoas em consulta têm este problema.»

Última revisão: Maio 2015

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