O termo “monkeypox”, traduzido em português para “varíola dos macacos”, foi utilizado pela primeira vez em 1958 quando o vírus foi descoberto numa colónia de macacos mantida em pesquisa no Instituto Statens Serum, em Copenhaga, na Dinamarca. O primeiro caso humano desta infeção foi identificado em 1970 num bebé de 9 meses na República Democrática do Congo. Esta é, portanto, uma doença zoonótica, isto é, uma doença que foi transmitida por animais vertebrados ao ser humano. A doença pode também ser transmitida entre humanos.
«O termo “varíola dos macacos” não se refere à infeção humana pelo que é incorreto e estigmatizador»
A infeção humana por vírus monkeypox está presente nos países da África central e ocidental, onde existem florestas tropicais e onde os animais que podem conter o vírus normalmente vivem. Ocasionalmente têm sido identificadas casos de infeção humana por vírus monkeypox noutros países fora da África Central e Ocidental, após viagens de regiões onde a doença é endémica. Pela primeira vez, estão a ser relatadas cadeias de transmissão na Europa sem ligações epidemiológicas conhecidas com a África Ocidental e Central. A origem deste novo surto ainda não é conhecida.
Como refere a Direção-Geral da Saúde (DGS) num texto publicado sobre a infeção humana por vírus monkeypox: «O termo “varíola dos macacos” não se refere à infeção humana pelo que é incorreto e estigmatizador». E acrescenta; «De referir que não se trata da varíola, doença que foi erradicada em 1980».
Infeção humana por vírus monkeypox e varíola: semelhanças e diferenças
Monkeypox é um vírus da família dos ortopoxvírus que provoca sintomas semelhantes, mas menos graves do que os causados pela varíola.
- A varíola é uma doença que se transmite facilmente e com uma taxa de mortalidade de 30 por cento. Após uma campanha global de vacinação e de contenção do vírus, a doença foi declarada erradicada em todo o mundo em 1980.
- A infeção humana por vírus monkeypox é uma doença que não se transmite tão facilmente e cuja taxa de mortalidade ronda os 3 por cento. Com a erradicação da varíola e, consequentemente, a interrupção da vacinação que fornecia alguma proteção contra o vírus monkeypox, esta infeção emergiu.
Para garantir que o mundo está preparado caso a varíola volte a ressurgir, têm sido desenvolvidas novas vacinas, formas de diagnóstico e agentes antivirais que podem agora ser úteis para a prevenção e controlo da infeção humana por vírus monkeypox.