Até agora, a vacinação contra o vírus Monkeypox estava indicada para pessoas que tivessem estado em contacto com um caso positivo. Ao início da tarde desta terça-feira 20 de setembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou a norma, de forma a abranger a vacinação preventiva de pessoas com risco acrescido.
Atendendo à escassez de vacinas a nível nacional e internacional e à necessidade de proteger mais pessoas em risco, «foi autorizada a administração de dose reduzida da vacina por via intradérmica, em contexto de uso de emergência, maximizando o número de doses disponíveis», lê-se no comunicado da DGS.
Vacinação preventiva contra o vírus monkeypox: a quem se destina
A vacinação preventiva contra o vírus monkeypox destina-se a pessoas com idade superior ou igual a 18 anos que preencham, pelo menos, um dos seguintes critérios:
- Homens que têm sexo com homens (HSH), mulheres e pessoas trans, em tratamento preventivo contra o vírus da imunodeficiência humana (PrEP para VIH) e diagnóstico de, pelo menos, uma infeção sexualmente transmissível (IST) nos últimos 12 meses;
- HSH que vivam com VIH e diagnóstico de pelo menos uma IST nos últimos 12 meses;
- HSH e pessoas trans envolvidas em sexo comercial;
- HSH com imunossupressão grave (que tenham feito um transplante ou quimioterapia há menos de seis meses; com infeção por VIH sem tratamento e com contagem de linfócitos TCD4 inferior a 200 ou sida);
- Profissionais de saúde, com elevado risco de exposição, envolvidos na colheita e processamento de produtos biológicos de casos de infeção humano por vírus monkeypox.
«Os critérios de elegibilidade para a vacinação preventiva serão revistos de acordo com a disponibilidade de vacinas e a adesão à vacinação»
A identificação de elegibilidade para a vacinação preventiva contra o vírus monkeypox deve ser feita «exclusivamente» no âmbito «das consultas de PrEP para VIH, de tratamento de infeção VIH, de tratamento de IST nas especialidades de infeciologia ou dermato-venereologia, de consultas médicas em organizações de base comunitária / não governamentais para populações-chave ou de consultas de saúde ocupacional / medicina do trabalho para os profissionais de saúde», de acordo com a norma.
Deve ser emitida uma declaração médica da elegibilidade para a vacinação preventiva contra o vírus monkeypox, na qual deve constar «a identificação da pessoa elegível e o esquema vacinal recomendado». Ainda de acordo com a norma da DGS: «Os critérios de elegibilidade para a vacinação preventiva serão revistos de acordo com a disponibilidade de vacinas e a adesão à vacinação».
Como é o esquema vacinal?
O esquema da vacinação preventiva contra o vírus monkeypox varia de acordo com a história vacinal de cada pessoa contra a varíola.
Pessoas sem história de vacinação contra a varíola: 2 doses, com um intervalo de, pelo menos, 28 dias.
Se, após a primeira dose, desenvolverem sintomas compatíveis com infeção humana por VMPX, não devem ser vacinadas com a segunda dose, sem que esta infeção seja excluída laboratorialmente.
Pessoas com história de vacinação contra a varíola:
- Há mais de 2 anos (qualquer vacina e qualquer esquema vacinal): 1 dose;
- Há 2 anos ou menos, se esquema incompleto (1 dose de vacina MVA-BN): 1 dose, pelo menos 28 dias após a dose anterior;
- Há 2 anos ou menos, se esquema completo (2 doses de MVA-BN): sem indicação para vacinação.