Tabaco não é "causa isolada" para o cancro do pulmão, lembra Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão

Campanha GECP: "tabaco não é causa isolada para o cancro do pulmão

Para assinalar o Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) lança campanha a alertar para outros fatores de risco que podem estar na origem do cancro do pulmão, além do tabagismo.

O objetivo é desmistificar a ideia de que só quem fuma tem cancro do pulmão, embora ressalvando o dado conhecido que de 85 por cento dos casos deste tipo de tumor são devidos ao consumo tabágico. «Somos muitas vezes confrontados com a frustração de doentes que nunca fumaram e desenvolvem cancro do pulmão», refere, em comunicado de imprensa, o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP). Os especialistas explicam: «De facto, cerca de 85 por cento dos casos de cancro do pulmão poderiam ser evitados com a cessação dos hábitos tabágicos, no entanto existem outras causas para o desenvolvimento de células cancerígenas nos pulmões».

O cancro do pulmão é o cancro mais frequente no mundo. A sua incidência aumenta a um ritmo de 0.5% por ano

Cancro do pulmão: as outras causas

A poluição ambiental, seja através da exposição a fumos dos escapes de automóveis/fábricas ou da exposição a fibras de amianto, muito utilizadas na construção civil durante muitos anos; os fatores genéticos/hereditários; e, claro, uma prática de ação voluntária ou involuntária de fumador passivo, são aspetos que podem levar ao desenvolvimento de cancro do pulmão.

«Devemos incentivar a cessação tabágica em todas as oportunidades de diálogo com os nossos doentes, tendo aqui a Medicina Geral e Familiar um papel de destaque nas consultas regulares com os seus utentes», considera o GECP. No entanto, «é importante reforçar que o cancro do pulmão é mais do que fumar», olhando para a saúde do pulmão como um todo e procurando evitar estas outras causas que, a longo prazo, podem ter consequências indesejadas.

Não fumadores podem correr maior risco de diagnóstico tardio

campanha GECP cancro do pulmão

A campanha do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão chama a atenção para fatores como os genéticos, a poluição ambiental e o tabagismo passivo serem outras causas a ter em conta

Os médicos pneumologistas envolvidos nesta campanha (Ana Barroso, Carina Gaspar, Daniel Coutinho, Margarida Dias e Teresa Almodovar) esclarecem ainda que este tipo de cancro é, por norma, “silencioso”, isto é, «pode crescer durante muito tempo sem dar qualquer sintoma ou sinal, o que dificulta o seu diagnóstico nas fases iniciais», fator agravado no caso de não fumadores, em que as suspeitas ficam diminuídas.

O cancro do pulmão é a principal causa de morte por doença oncológica em Portugal. Estima-se que a doença tenha causado, em 2018, mais de 4500 mortes

Cancro do pulmão: tosse e outros sintomas de alarme

Apesar de ser, muitas vezes, uma doença silenciosa, O GECP indica os sintomas de alarme que devem motivar uma ida ao médico o mais rapidamente possível: «Tosse irritativa e persistente e/ou com sangue; dor torácica, no ombro e braço; dificuldade respiratória ou em engolir; dor óssea; fadiga/perda de apetite por períodos prolongados, edema da face e pescoço e pieira no peito».
Enquanto mensagem final para esta data, o grupo de especialistas dedicado ao combate do cancro do pulmão acredita ser necessário «orientar os esforços no combate à doença na direção certa», sendo ela a prevenção, com a diminuição da exposição aos fatores de risco mencionados (tabaco e além do tabaco) e o diagnóstico precoce (através do rastreio e sensibilização da população).

Última revisão: 31 de maio de 2022

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