Estes são os primeiros sintomas de gravidez

Os primeiros sintomas de gravidez

A ausência da menstruação é, de entre os sintomas de gravidez, o mais óbvio e, na maior parte das vezes, o primeiro a ser notado. Antes disso, é possível que surjam outros sinais premonitórios. Eis o que pode saber nesta fase.

  • PorVanda OliveiraJornalista

  • ColaboraçãoDra. Marcela ForjazMédica ginecologista-obstetra

Quais são os primeiros sintomas de gravidez? Todos os meses, quase 15 mil pessoas colocam esta questão ao Google em Portugal. Porquê? Talvez por temerem ou ansiarem muito um teste positivo. Mas será que existem sinais premonitórios de uma gravidez? Quais são eles e porque surgem? Sejamos sinceros: este artigo não lhe vai permitir confirmar se está mesmo grávida ou não. Mas pode ajudar a encontrar a resposta.

7 sintomas de gravidez que podem surgir logo nas primeiras semanas

Os primeiros sintomas de gravidez são muito variáveis. A mulher tanto pode sentir o seu corpo a mudar rapidamente como pode não sentir alteração nenhuma. Marcela Forjaz, médica ginecologista-obstetra indica os sintomas mais comuns.

«Os enjoos atingem cerca de metade das grávidas e podem causar vómitos em alguns casos»

1. Atraso menstrual e ausência da menstruação (amenorreia)
«É o sintoma mais óbvio e, na maior parte das vezes, o primeiro. São raras as mulheres que antes de se aperceberem do atraso menstrual já têm sintomas como os enjoos. Só as muito distraídas, que se apercebem do atraso mais tarde, é que finalmente reparam nesse atraso porque já vinham sentindo o cansaço, sono, náusea…», explica Marcela Forjaz à Revista Prevenir.

  • «A ausência de menstruação acontece porque, estando a mulher grávida, o endométrio (camada interna do útero) não descama para proporcionar um bom local para a nidação e nutrição do ovo. Para que o endométrio não descame, o ovário, recebendo sinais químicos de que ocorreu uma gravidez, mantém o corpo amarelo (estrutura resultante do processo de ovulação) que continuará a produzir progesterona até que o produto da gravidez (trofoblasto e membranas) seja autónomo e produza as suas próprias hormonas», explica.

2. Enjoos
Outros dos primeiros sintomas de gravidez são os enjoos e as náuseas (a sensação de vómito iminente). «Surgem por volta das seis semanas e só em alguns casos ultrapassa as 12 semanas (raramente se prolonga para lá das 16 semanas)», indica Marcela Forjaz. Deve ter em conta que a primeira semana de gravidez começa a contar a partir do primeiro dia da sua última menstruação, quando o corpo se prepara para a ovulação. Isso significa que nas primeiras duas semanas você não está realmente grávida

  • Este sintoma «parece ser causado pelo aumento dos estrogénios e da progesterona. Atinge cerca de metade das grávidas e pode causar vómitos em alguns casos», explica Marcela Forjaz.

3. Intolerância a odores fortes
Este é um dos sintomas de gravidez que «pode inserir-se no quadro de enjoo permanente que poderá assolar a grávida. Pode até ter uma incidência mais elevada que a ocorrência dos próprios enjoos», indica.

  • Este sintoma poderá levar à «aversão a determinados alimentos com odores muito intensos», refere. Quanto aos desejos alimentares, que muitas vezes são associados ao estado de graça, «não existe literatura que dê suporte biológico ou bioquímico ao seu aparecimento», afirma a especialista.

O cansaço e sono excessivos funcionam como fatores de inibição das grávidas para atividades demasiado intensas, de forma a melhor preservar a gravidez

4. Sensibilidade mamária
Este é um sintoma que pode ocorrer na segunda fase de um ciclo menstrual (após a ovulação), quer haja ou não gravidez. Mas existem diferenças.

  • «Por ser um sintoma hormonodependente, associado ao aumento da progesterona, a sensibilidade mamária alivia com a chegada da menstruação. Se houver gravidez, continuando a progesterona a ser produzida em grande quantidade, o sintoma não vai aliviar e vai persistir por algum tempo até a progesterona estabilizar. Na gravidez, além da sensibilidade mamária podem surgir alterações da coloração da aréola e do tamanho do mamilo. Além disso, ao contrário do que acontece na segunda metade do ciclo, a mama tem uma alteração efetiva da sua constituição, com aumento do número de ácinos (unidades estruturais da mama) e dilatação dos canais excretores destas unidades, preparando-se para a função seguinte: a lactação», explica Marcela Forjaz

5. Cansaço ou sono excessivos
«A par do aumento de hormonas, pode haver também um aumento de substâncias neuroendócrinas que concorre para o maior cansaço e sono e consequente dificuldade de concentração e alteração da memória», indica Marcela Forjaz.

  • São sintomas que funcionam «como fatores de inibição das grávidas para atividades demasiado intensas, de forma a melhor preservar a gravidez», explica a especialista.

6. Cólicas e/ou inchaço abdominal
«A elevação súbita dos estrogénios e da progesterona e a presença de outras hormonas como a inibina interferem com o peristaltismo intestinal (os movimentos intestinais), levando a que haja um atraso na sua progressão, por relaxamento da parede do intestino e a sua consequente distensão», refere.

  • Como explica Marcela Forjaz: «Os alimentos (já transformados) permanecem mais tempo em trânsito, continuam o seu processo de fermentação e produzem mais gás. O intestino, distendido, causa distensão da parede abdominal e a acumulação de gás pode mesmo causar cólicas».

7. Aumento de frequência urinária
«O aumento de hormonas da grávida (aldosterona, cortisol, hormonas tiroideias) e também as produzidas pela placenta (somatotrofina coriónica humana) aumentam a quantidade de plasma circulante bem cedo na gravidez», indica.

  • «O rim vê-se obrigado a aumentar a sua taxa de filtração e, apesar do muito que se reabsorve, a grávida mesmo assim produz mais urina e tem de urinar muitas mais vezes», explica Marcela Forjaz.

Perdas de sangue na gravidez: o que tem de saber

No início da gravidez, pode ocorrer uma perda de sangue que pode ser confundida com a menstruação, mas que é «causada pela nidação [a fixação do ovo]», como explica Marcela Forjaz. Quando surge, tem a forma de «uma pequena hemorragia de características diferentes da menstruação (em quantidade, cor e duração). Todas as perdas que ocorram para além disso devem ser encaradas como ameaça de aborto e levar a que se procure uma observação médica», adverte a especialista.

Última revisão: Julho 2022

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