O seu filho é alvo de bullying?

o seu filho é alvo de bullying

Especialista explica como reagir ao bullying e o que nunca fazer.

  • PorCarlos Eugénio AugustoJornalista

  • ColaboraçãoDr. Luís Fernandes Psicólogo e investigador na área do bullying e da violência na escola

Dados do Programa Escola Segura e da GNR indicam que o bullying nas escolas portuguesas aumentou. Luís Fernandes, psicólogo e investigador na área do bullying e da violência na escola e co-autor do livro Cyberbullying – Um Guia para Pais e Educadores (Plátano Editora), confirma à Revista Prevenir esse crescendo, explicando que se trata de «comportamentos agressivos entre crianças e jovens em idade escolar. São ações repetidas que nascem de um desequilíbrio de poder, através de agressões físicas, psicológicas e/ou sexuais, algumas realizadas via Internet e dispositivos digitais (cyberbullying)». Segundo o especialista, «pais e educadores devem atuar rapidamente pois o bullying só pode ser vencido com o apoio de toda a comunidade educativa, sendo essencial que vítima, agressor e quem assiste à agressão sejam acompanhados».

«As situações de bullying ocorrem em 70 por cento dos casos nos recreios e/ou espaços comuns da escola»

Bullying: como deve agir

São registados mensalmente em Portugal 616 casos de bullying, sendo que mais de 50 por cento das vítimas não denunciam as agressões. As situações de bullying ocorrem em 70 por cento dos casos nos recreios e/ou espaços comuns da escola. Seja como vítimas, agressores ou nesse duplo papel (vítimas que se “transformaram” em agressores), 25 por cento das crianças e jovens em idade escolar estão envolvidas em casos de bullying. Siga as orientações de Luís Fernandes, psicólogo e investigador na área do bullying e da violência na escola.

Como agir com o seu filho

  • Dê o seu apoio «Seja solidário com a criança/jovem transmitindo-lhe que poderá contar consigo em qualquer circunstância, que irá resolver a situação. Caso tenha sido o próprio a contar o que está a passar-se, elogie a sua coragem.»
  • Evite acusações «Não acuse a criança/jovem por, de alguma forma, ser responsável pela situação de bullying. Isso não ajuda em nada a resolução do problema e fragiliza mais a vítima.»
  • Envolva-se «Vá acompanhando a situação de perto, pois isso transmite segurança e permite ainda monitorizar e intervir precocemente perante novas situações que possam surgir.»

Como agir com a escola

  • Defina um plano de atuação «Contacte o professor titular da turma (no 1.º ciclo), o diretor de turma (nos outros ciclos de ensino) e/ou a direção da escola para perceber se estão a par da situação de bullying e definir-se um plano que proteja a criança/jovem.»
  • Conheça o regulamento interno «Saiba quais os procedimentos previstos para estas situações, se existe um regulamento interno que refira os comportamentos que não são aceitáveis, assim como as suas consequências.»
  • Informe-se sobre o caso «Apure se as agressões e/ou humilhações decorrem há muito tempo e quais os principais locais onde costumam ocorrer e se existem desconfianças por parte dos pais do agressor.»
  • Sugira uma ação de sensibilização «Sensibilizar quem assiste à agressão é uma mais-valia para a resolução do bullying. Sugira uma ação pedagógica junto dos colegas do seu filho.»

Como agir com o agressor

  • Nunca o contacte «Evite contactar diretamente os agressores ou os pais destes a pedir satisfações ou a exigir que estes deixem de incomodar os seus filhos, pois esta situação poderá agravar as agressões.»
  • Procure um mediador «O ideal será entender se existem pessoas que funcionem como mediadores da própria situação, como, por exemplo, um diretor de turma ou o coordenador dos diretores de turma (normalmente um dos docentes mais experientes da escola), o psicólogo (caso exista) ou o diretor da escola. A participação dos funcionários é igualmente fundamental uma vez que a maioria dos casos de bullying ocorre nos recreios e/ou espaços comuns da escola.»
Última revisão: Maio 2017

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