Fascinante e complexa, a memória é como um labirinto onde em determinada fase da vida podemos perder-nos irremediavelmente. Conheça os fatores de risco que danificam as estruturas do cérebro, os sinais de alerta e como agir para tornar a memória mais resistente ao envelhecimento.
Cérebro: um reservatório de memórias
Mais complexo do que qualquer outra estrutura do organismo, o cérebro é o reservatório das memórias, idêntico a um labirinto, com diferentes compartimentos que ajudam a receber, codificar e guardar informações. «A memória é um processo com múltiplos componentes suportados por estruturas anatómicas e redes neuronais distintas. Está centralizada no sistema límbico que compreende a amígdala, o hipocampo e o parahipocampo, o córtex adjacente, mas também depende de outras estruturas, como as da concentração ou da motivação», descreve o médico neurologista José Lopes Lima.
De tudo o que nos acontece durante o dia, os eventos negativos são os que ficam mais bem registados pois são os que põem em risco a nossa sobrevivência
A tendência de crescimento da esperança média de vida da população portuguesa tem sido uma das principais conquistas nos últimos anos, mas põe a descoberto alguns dos problemas da idade. Portugal, que é um dos países com a população mais envelhecida da Europa, é também o quarto país europeu com a maior taxa de demências, como a doença de Alzheimer. Sabe-se hoje que, ao longo da vida e em consequência de hábitos pouco saudáveis, como stresse, ansiedade e falta de descanso, o cérebro é alvo de agressões constantes que, mais tarde, podem ter um preço elevado. A boa notícia é que a memória é plástica, moldável e, na maioria dos casos, pode ser preservada. Com a ajuda de especialistas em neurociências, saiba como o estilo de vida, o exercício da mente e o convívio social podem proteger a memória da erosão do tempo.
Memória de curto prazo: a mais afetada
Para perceber se a perda de memória é ou não indiciadora de doença, aos médicos interessa os conceitos de memória de curto e longo prazo. Como explica Alexandre Castro Caldas, médico neurologista, «as memórias explícitas de curto prazo são as que estão mais sujeitas a desaparecer. As mais antigas, por estarem mais consolidadas, aguentam-se mais tempo porque se encontram em zonas mais protegidas do cérebro, como o hipocampo e a amígdala».
É durante o sono que construímos a memória
As informações que recebemos durante o dia são “arrumadas” à noite, enquanto dormimos. O médico neurologista Alexandre Castro Caldas descreve o processo de fixação dos acontecimentos que vivemos: «Durante uma primeira fase do sono, estamos a segmentar o dia aos bocadinhos e a procurar, nas memórias, ligação a esses acontecimentos para perceber onde vão ficar fixados. Esta é a fase dos movimentos rápidos dos olhos, a fase de ir buscar as gavetas da memória. Depois, a organização da memória é feita por camadas. À medida que vamos tendo novas experiências, somamo-las às antigas, estabelecendo associações com o passado». De tudo o que nos acontece durante o dia, os eventos negativos são os que ficam mais bem registados, como explica Alexandre Castro Caldas: «Guardamos as memórias das quais nos temos de defender. São os acontecimentos negativos que põem em risco a nossa sobrevivência, por isso, tendemos a registar mais as experiências negativas do que as positivas como um processo natural de defesa».
Tipos de memória
Graças a pesquisas desenvolvidas na segunda metade do século XX, sabe-se que a memória tem dupla natureza, como explica o médico neurologista José Lopes Lima.
Memória implícita ou não declarativa
A razão por que nunca esquecemos como se anda de bicicleta
A memória implícita ou não declarativa «refere-se a conteúdos de acesso automático, não dependentes de mediação da consciência, como caminhar, andar de bicicleta ou patinar».
Memória explícita ou declarativa
A que nos permite guardar informações a curto e a longo prazo
A memória explícita ou declarativa diz respeito ao conhecimento consciente e pode ser dividida em dois componentes:
- Curto prazo «Representa a memória de informação retida para repetição ou reprodução imediata sem qualquer reforço, como lembrar o que vai buscar ao frigorífico ou reproduzir um novo número de telefone. Não dura mais do que poucos minutos.»
Longo prazo «Inclui a memória autobiográfica ou episódica, que reflete o arquivamento dos eventos da vida e a memória semântica, que representa o conhecimento que temos do mundo que nos rodeia.»
A memória ao longo da vida
Ao longo da vida, o reservatório da memória vai tendo cada vez menos espaço, por isso, a capacidade de memorização de novas informações vai diminuindo, como explica o médico neurologista Alexandre Castro Caldas.
- Infância
O cérebro é capaz de receber muita informação. «Aquilo que aprendemos mais cedo na vida está mais consolidado do que aquilo que aprendemos mais tarde. E não se encontra exatamente nos mesmos sítios do cérebro. Por isso, é normal que uma criança se lembre de coisas simples, pois está a guardar toda a informação, embora não a saiba codificar.» - Idade adulta
O sistema começa a perceber que a repetição já não é necessária. Já possui muita informação. «Já não é preciso, por exemplo, estar a aprender palavras novas e, por isso, torna-se mais difícil decorar coisas novas e viver em função do exterior», explica o médico neurologista. - Terceira idade
O cérebro passa a trabalhar apenas com a informação que já tem, o que explica a tendência de as pessoas mais velhas acharem que sabem tudo, terem pequenos esquecimentos e sentirem dificuldade em decorar novas informações, como o nome de uma pessoa que acabam de conhecer.
Não é só o cérebro que gera memórias
No nosso organismo, existe um sistema de memorizações muito mais primitivo e antigo. «As substâncias presentes no suco gástrico foram adaptadas de acordo com os nossos hábitos alimentares. Se uma pessoa que não coma carne há muitos anos ingerir um bife, o seu aparelho digestivo não conseguirá processar esse alimento e passará mal», exemplifica Alexandre Castro Caldas. Segundo o neurologista, é esse sistema de reconhecimento que está na base do efeito protetor das vacinas. «A grande dúvida da atual pandemia é se o nosso sistema imunológico consegue ficar ou não com a informação do vírus para se defender dele. É um sistema de memória como outro qualquer. As vacinas são sistemas de memórias. Ou seja, existe informação guardada no nosso organismo que permite atacarmos e defendermo-nos de determinados agentes infecciosos», esclarece.
Por que devemos preservá-la?
Quando o reservatório de experiência falha, o dia a dia torna-se bastante complicado. «Se perdermos a memória, temos muito mais trabalho para viver, pois não estamos a usar a informação que temos cá dentro. Temos de reagir de forma nova a cada situação. Ficamos perplexos a analisar a informação e o processo de decisão é mais complicado porque não temos os automatismos de experiência», explica Alexandre Castro Caldas.
Memória: como protegê-la
As células do cérebro, os neurónios, são extremamente sensíveis e são afetadas pelo nosso estilo de vida, especialmente pelos hábitos que adotamos e que prejudicam a microcirculação sanguínea. «A dificuldade de irrigação ou oxigenação provoca a morte dos neurónios e essa perda não é recuperável», alerta Ernesto Gomes Machado, médico psiquiatra. A adoção de hábitos saudáveis hoje pode em parte determinar a qualidade da memória amanhã.
Coma alimentos diferentes todos os dias
Ter uma alimentação variada e comer alimentos diferentes todos os dias é, segundo os especialistas em neurociências, «fundamental para a memória». Ernesto Gomes Machado, médico psiquiatra, aconselha evitar fast food ou gorduras e a privilegiar uma alimentação mediterrânica, rica em aminoácidos e antioxidantes. «É importante ingerir alimentos frescos como legumes, vegetais, peixe, azeite e leguminosas, que exercem uma função antioxidante. Ao ajudarem a produzir o bom colesterol, que «limpa as artérias, combatem o envelhecimento precoce do cérebro, assim como as doenças associadas, seja diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares», explica.
Uma caminhada, no mínimo, de meia hora de manhã e à tarde faz bem à memória
Faça uma revisão ao cérebro: socialize
Conversar com outras pessoas, ter uma vida social ativa, além de ler, ouvir música e ver filmes, ajuda a “dar vida” ao cérebro, como explica o médico neurologista Alexandre Castro Caldas. «Temos uma matriz de funcionamento do cérebro a que podemos chamar o cérebro social, que é o cérebro da empatia. Quando entramos em empatia com o outro e estamos a socializar, estamos, de certa maneira, a fazer uma revisão ao cérebro. Estamos a compará-lo com o do outro, o que é bom para o nosso equilíbrio. Através da interação com o outro, ativamos coisas que já tínhamos desativado. E voltamos a pô-las “cá dentro”.»
Aprenda coisas novas. Sempre
O objetivo é aumentar o volume de conhecimento, aquilo a que os especialistas chamam reserva cognitiva. «Ter mais volume cultural protege as pessoas da demência porque as zonas que são afetadas neste tipo de patologias são aquelas que não são tão usadas pelas pessoas com mais cultura», explica Alexandre Castro Caldas.
Quer preservar a memória? Evite tudo isto
Uma das decisões mais eficazes para evitar a perda de memória de curto prazo passa por suprimir os principais fatores de risco já identificados
- Má alimentação
«A ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas provoca colesterol e entope as artérias. O que vai sofrer em primeiro lugar é a microcirculação, ou seja, o cérebro, o coração e os rins», alerta Ernesto Gomes Machado, médico psiquiatra. - Sedentarismo e obesidade
«Embora ainda não exista uma explicação fisiológica, os estudos epidemiológicos que avaliam a relação entre sedentarismo e/ou obesidade e declínio cognitivo são consistentes», refere José Lopes Lima. Caminhar «aumenta as endorfinas e o colesterol HDL, que limpam o sangue do mau colesterol», esclarece Ernesto Gomes Machado. - Noites mal dormidas
«O cérebro precisa de oxigénio, açúcar e repouso. Se lhe retirar um destes ingredientes, a memória é afetada. As pessoas que fazem diretas para estudar vão sentir as consequências mais tarde», adverte o médico psiquiatra - Stresse e ansiedade
«O stresse afeta o desempenho profissional e desgasta o cérebro, pois há um aumento de produção de substâncias nefastas, como cortisol e adrenalina, que provoca o envelhecimento precoce», esclarece Ernesto Gomes Machado. - Bebidas alcoólicas, tabaco e drogas
«O alcoolismo e o tabagismo podem provocar a morte de células e a perda de memória. Já outros alucinogénios podem alterar o processo de codificação da memória», refere o médico neurologista Alexandre Castro Caldas. - Consumo de psicofármacos
«O uso diário destes fármacos, como benzodiazepinas, em doses maciças, é muito grave para a memória, uma vez que, ao inibir-se o ácido y-aminobutírico ou gaba, limita-se a função da memória», explica Alexandre Castro Caldas. - Isolamento social
«Quando as pessoas se isolam, recebem menos informação nova. Por isso, ativam menos os mecanismos de memória e, quando o cérebro não usa as suas capacidades, desativa-as», explica Alexandre Castro Caldas.
Quando a memória começa a falhar
«A memória é semelhante ao comportamento do disco rígido do computador. Se este estiver demasiado carregado com informação, começa a funcionar de forma mais lenta e pode mesmo bloquear. O apagar das memórias supérfluas e o “zipar” de memórias menos utilizadas liberta espaço e o computador volta à sua capacidade habitual. Contudo, esta manobra não é possível no ser humano. A adaptação biológica do nosso cérebro está muito aquém das necessidades do crescimento exponencial da avalanche informática da sociedade nas últimas décadas», analisa o médico neurologista José Lopes Lima.
Boas notícias: aos 60 anos, a memória está praticamente intacta
O declínio da memória é variável em função da idade, da condição educacional e dos fatores de risco a que se esteve sujeito. «Se um indivíduo for seguido ao longo da sua vida com avaliação cognitiva sistemática, verifica-se que não existe qualquer dificuldade nos testes de fluência verbal até aos 60 anos. A partir dessa idade, pode haver um declínio muito ligeiro, que não ultrapassa os cinco por cento, até aos 70 anos, ou os dez por cento, até aos 80», afirma José Lopes Lima. «A grande maioria das pessoas, aos 65 anos, está perfeitamente bem e capaz de fazer uma vida normal, ao ponto de poder até entrar numa nova profissão. Atualmente, com o aumento da esperança sexagenário é uma pessoa perfeitamente ativa», acrescenta o médico neurologista Alexandre Castro Caldas.
É muito difícil convencer uma pessoa de idade de algo novo, por ter muita experiência. Já só lida com a informação que está no seu interior
Teimosia associada a esquecimento
Um dos principais sinais considerados normais e próprios do envelhecimento a nível comportamental são as teimosias e pequenos esquecimentos. «É muito difícil convencer uma pessoa de idade de algo novo, porque ela sabe tudo e tem experiência. Já só lida com a informação que está no seu interior e não está aberta ao conhecimento do exterior, o que justifica pequenos esquecimentos, como não se saber onde se deixaram os óculos, a carteira ou as chaves de casa. E também tem muita dificuldade em dizer o nome das pessoas», refere Alexandre Castro Caldas.
Será envelhecimento ou demência?
Uma forma de identificar se alguém próximo está a ficar com demência é prestar atenção ao seu comportamento. Há uma pequena distinção:
- Demência: «O próprio não tem consciência do problema», indica Alexandre Castro Caldas.
- Envelhecimento: «A pessoa percebe que está a ter dificuldades em lembrar-se das coisas. Por exemplo, quer escrever uma palavra, mas não se recorda. Irrita-se muito e pensa “se calhar, estou a ficar demente”», refere o médico neurologista.
Entre os 60 e os 80 anos há um declínio da memória de dez por cento
Sinais de alerta: mantenha-se atento se…
Se pequenos esquecimentos são normais, já estes comportamentos podem requerer uma consulta a um especialista. Preste atenção:
- Perde precocemente a autocrítica e nega, muitas vezes, as suas dificuldades, mesmo quando confrontado com as falhas.
- Repete perguntas ou histórias.
- Cozinha duas refeições para o almoço ou para o jantar.
- Apresenta dificuldades em executar novas tarefas no telemóvel ou no tablet.
- Deixa de ler ou de se interessar pelas notícias.
- Está mais apático ou perde-se quando sai a pé ou a conduzir.
Fonte: Adaptado a partir de informações fornecidas por José Lopes Lima, médico neurologista
Os problemas da memória
Além de outros enigmas mentais que interferem com o pensamento e a memória, mais explorados pela psicanálise, as estruturas da memória podem sofrer traumas, alterações provocadas por episódios dolorosos da vida ou, numa idade mais avançada, ser afetadas por demências e outras doenças.
Síndrome pós-traumático
Um dos problemas que interferem com a memória são as memórias traumáticas ou recorrentes, que atuam como se fossem fantasmas e estão sempre a invadir o pensamento. «As memórias de guerra são exemplo disso. A constante intromissão dessas memórias altera completamente a vida das pessoas e limita, por vezes, o seu dia a dia», explica Alexandre Castro Caldas.
- Tratamento: «É difícil, mas em geral é feito através de psicoterapia», refere o médico neurologista.
Bloqueios de memória
A perda súbita de memória pode funcionar como um mecanismo de proteção. Quando ocorre um acontecimento muito stressante ou doloroso, o cérebro poderá apagar para prosseguir o normal funcionamento: «Há quem apague por completo instantes ou dias de existência. Mas o que é esquecer? Esquecer é lembrar de não lembrar. As coisas estão gravadas, mas temos um sistema que faz lembrar de não lembrar. É outra memória suplementar que não tem muitos gastos. Em termos energéticos, é mais fácil e, portanto, acionamos formas de bloquear o sistema», explica Alexandre Castro Caldas.
- Tratamento: «Também, neste caso, pode ser possível fazer psicoterapia», indica o médico neurologista.
Lesões do cérebro
«Qualquer lesão localizada do cérebro provoca alterações da memória. O mesmo acontece nos acidentes vasculares cerebrais. As alterações da memória mais comuns são as lesões traumáticas ou os traumatismos de crânio. O cérebro é uma estrutura mole que está dentro de uma caixa dura. Se o traumatismo for suficientemente grande, as asas do esfonoide (osso do crânio) raspam nessa zona e podem provocar lesões. Em situações pós- -traumáticas de qualquer acidente, o capacete atenua, mas o cérebro achocalha à mesma. Em geral, a memória episódica é a mais alterada», explica Alexandre Castro Caldas.
- Tratamento: «São muito difíceis de tratar, pois os operadores biológicos estão destruídos. Tenta-se que o doente use sistemas de apoio de outras formas de memória, mas é mais teórico do que eficaz», diz.
Demências
Existem dois tipos de demência: «A demência semântica, como é o caso da doença de Alzheimer, em que as pessoas se vão esquecendo de todas as coisas, e a demência frontotemporal, como a doença de Pick, em que os comportamentos se tornam desadequados. As pessoas perdem a noção do que é correto e fazem coisas disparadas», explica Alexandre Castro Caldas.
- Tratamento: Para estes quadros neurológicos, «não existe qualquer tratamento profilático», indica José Lopes Lima. «Utilizamos os anticolinesterásicos, mas são tratamentos muito pouco satisfatórios, pois não curam, nem melhoram, apenas controlam a velocidade de deterioração, permitindo uma qualidade de vida mais prolongada do doente e uma tarefa menos frustrante dos cuidadores.»

Os especialistas da memória
Consoante o problema de memória que está presente, existe um especialista certo para o ajudar.
- Procure um neurologista se sente que está a perder a memória. O médico irá avaliar se existe ou não um declínio cognitivo.
- Procure um neuropsicólogo para realizar o teste de avaliação neuropsicológica sistemática que permite avaliar os níveis de perda de memória.
- Procure um psiquiatra se existirem distúrbios psicológicos que acompanham ou agravam a perda de memória, como stresse ou ansiedade.
Fonte: Adaptado a partir de informações fornecidas por Ernesto Gomes Machado, médico psiquiatra
O diagnóstico: que exames tenho de fazer?
Quando há suspeitas de problemas na memória, os especialistas podem pedir estes exames.
Avaliação neuropsicológica sistemática
Para confirmar se existe ou não declínio cognitivo, este exame analisa a qualidade da memória com a aplicação de escalas para avaliar os vários parâmetros da memória recente e remota. «A neurologia tem medidas estandartizadas que fornecem as curvas consideradas saudáveis em função de cada idade e do grau cultural. Quando a pessoa foge da curva, indicia que pode existir uma deterioração demencial», explica o médico neurologista Alexandre Castro Caldas.
Testes imagiológicos (TAC ou ressonância magnética)
Através destes exames, consegue-se «perceber se existem lesões vasculares ou tumorais e excluir patologias metabólicas ou infecciosas responsáveis – neurossífilis, hipotiroidismo, deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico», indica José Lopes Lima. Ao longo da vida, especifica ainda Ernesto Gomes Machado, «podemos ter microenfartes que não são detetados na análise clínica. Quando o doente é submetido a um exame imagiológico, veem-se pequenas zonas, o que pode ser sinónimo de que temos o cérebro a morrer mais do que aquilo que pensávamos».