Tratamento para o burnout

O tratamento para o burnout depende de cada situação. Saiba o que fazer para ultrapassar esta epidemia.

Aquilo que faz dentro e fora do local de trabalho pode ajudar a lidar com a pressão na vida profissional. Quando o problema se instala, o tratamento para o burnout também deve incluir as várias esferas da vida.

  • PorCarlos Eugénio AugustoJornalista


É «um estado de exaustão física, emocional, mental e comportamental causado por um envolvimento em situações de grande exigência laboral», assim define Vítor Viegas Cotovio, médico psiquiatra e psicoterapeuta, o burnout. Embora seja um processo de rutura a nível profissional, o burnout afeta várias esferas da vida. «Tem implicações de ordem sistémica, qualitativas e quantitativas na própria qualidade de vida e bem-estar», descreve. A boa notícia é que existe tratamento para o burnout. Em entrevista à Revista Prevenir, Vítor Cotovio explica o que deve fazer.

Consequências do burnout no organismo

Quando somos sujeitos a uma pressão constante, o «sistema nervoso fica hiperativo, hipertrofiado», não nos deixando relaxar, explica o psiquiatra. Constantemente em alarme, o sistema imunológico, hormonal e neuroendócrino ficam desregulados. Como consequência, o organismo carece de defesas, deixando-nos mais propensos a adoecer. Os sinais de alarme são vários: como dores de cabeça, enjoos, mudanças de apetite, ansiedade, alterações do sono, baixa autoestima ou irritação. Estar atento a estes sintomas é essencial para que possa adequar o tratamento para o burnout e, assim, recuperar a saúde.


Tratamento para o burnout

Vítor Cotovio indica como superar o esgotamento profissional, considerando que «devemos erradicar a ideia que tudo se resolve medicando. Se o problema é multifuncional, o tratamento também deve ser multimodal». Conheça os passos a dar para o tratamento para o burnout, segundo o psicoterapeuta.

Reconheça que tem um problema

«É importante que a pessoa sinta que atingiu um limite. Só depois podemos seguir estratégias terapêuticas, como a medicação para sintomas concretos que não estão a ser toleráveis ou terapias cognitivo-comportamentais para ser mais assertivo e procurar a melhor estratégia de resolução de um problema. Estamos perante um cenário de rutura, mas que também pode ser entendido como um processo que leva à reflexão, à mudança e à intervenção concreta.»

Exercite-se e ligue-se aos outros

«Apostar na atividade física, pôr em prática técnicas de relaxamento e fortalecer os laços com os outros ajuda a regular o organismo e restabelecer a calma. São formas de equilibrar o sistema nervoso autónomo, assim como os níveis de cortisol, pois aumentam as substâncias tónicas face ao panorama tóxico que o burnout mobiliza. O objetivo deve ser potenciar a mobilidade, focar-se em algo positivo e ativar o sentimento comunitário, contrariando o isolamento.»

Procure ajuda profissional

«Em consultório, por norma, começamos por treinar competências que ajudam a prevenir o burnout (gestão de conflitos, de situações de stresse, comunicação). Depois, podem trabalhar-se técnicas de relaxamento, como a meditação ou o exercício físico. A questão cognitiva e comportamental também é trabalhada para que a pessoa consiga identificar um problema, desmontar crenças erradas e generalizações negativas, como o “não sou capaz”. Existem ainda sintomas concretos que necessitam transitoriamente de medicação para baixar a ansiedade ou sintomas depressivos.»

Última revisão: Outubro 2017

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