Sempre adorou cozinhar, mas hoje as especialidades gastronómicas de Filipa Areosa são outras. Trocou a proteína animal pela vegetal e diz sentir-se melhor consigo própria. A máxima corpo são em mente sã faz parte da filosofia de vida atriz que procura, através da terapia, conhecer-se melhor.
Filipa Areosa: «É muito importante cuidarmos da mente, ainda mais numa era em que é tudo muito rápido e se vive muito para fora»
Um dos seus desempenhos mais marcantes foi o de uma personagem que lutava contra uma doença oncológica. O que aprendeu com esse papel?
Tive de aprender muito sobre o cancro da mama, como se desenvolve e tive de o fazer sob a perspetiva de uma jovem. Aprendi que a prevenção é muito importante, que devemos cuidar de nós e que isso se aplica a alimentação, mas também à forma como lidamos com o que sentimos. Na altura, já tinha começado a ser vegan, estava empenhada em praticar mais exercício físico, em beber mais água e decidi conhecer-me melhor com a ajuda de um psicólogo. É muito importante cuidarmos não só do nosso corpo, como da mente, ainda mais numa era em que é tudo muito rápido e se vive muito para fora.
«Há um exercício que tenho feito todos os dias de manhã: respirar. São dez minutos a inspirar e a expirar, é muito importante e as pessoas esquecem-se disso (…). É um caminho para estar mais calma e não reagir de forma impulsiva», explica Filipa Areosa
Que rituais diários a ajudam também nesse sentido?
Há um exercício que tenho feito todos os dias de manhã: respirar. São dez minutos a inspirar e a expirar, é muito importante e as pessoas esquecem-se disso. Respiram pelo peito e não pela barriga, mas é mesmo importante porque acalma. Fazê-lo ajuda-me a estar mais tranquila. É um caminho para estar mais calma e não reagir de forma impulsiva. Era o meu ponto fraco, mas estou muito melhor.
Que características definem a sua personalidade?
Depende das circunstâncias ou com quem estou. Há pessoas com quem sou mais divertida. Tento nunca mentir, aos outros ou a mim própria. Por vezes, posso não ser bem interpretada por ter essa frontalidade e tenho vindo a aprender a ponderar antes de falar.
Tem oito irmãos. De que forma ter crescido numa família numerosa a influenciou?
Moldou muito a forma como trabalho em grupo. É mais fácil perceber qual é o nosso lugar e que não somos os únicos que existimos. Trabalhamos para um todo e todos têm o seu lugar, mas cada um tem as suas características.
Filipa Areosa: «A minha alimentação é vegan, mas trata-se, sobretudo, de uma filosofia de vida. Envolve não só aquilo que comemos como também o que vestimos, o que usamos. Estou num processo de aprendizagem»
E é verdade que era a cozinheira da família?
Sim, fazia pratos tradicionais para todos, como arroz de pato. Ainda hoje adoro cozinhar para muitas pessoas.
Entretanto, mudou a sua alimentação…
A minha alimentação é vegan, mas trata-se, sobretudo, de uma filosofia de vida. Envolve não só aquilo que comemos como também o que vestimos, o que usamos. Estou num processo de aprendizagem. Em relação à maquilhagem ou roupa, ainda é difícil usar produtos unicamente vegan. A par disso, tenho tentado usar menos plástico.
«Os meus pais eram professores de natação e fiz o batismo de mergulho, há dois anos, nos Açores. Gostava de tirar o curso e ir aos 18 metros. Sempre achei que ia ter medo do mar, por ser tão vasto, mas sinto-me aconchegada», afirma Filipa Areosa
O que a levou a optar por esse estilo de vida?
Não preciso de proteína animal para viver e coloco na balança o que é mais importante: o sabor ou a vida de um animal. Prefiro escolher a segunda opção, também por questões ambientais, e sinto-me melhor comigo própria. Substituo a proteína animal por fontes de proteína vegetal, como leguminosas, tofu, seitan…
Pratica exercício físico?
Fiz natação durante muitos anos, triatlo, ginásio e gostava de começar a fazer yoga, assim como mergulho. Os meus pais eram professores de natação e fiz o batismo de mergulho, há dois anos, nos Açores. Gostava de tirar o curso e ir aos 18 metros. Sempre achei que ia ter medo do mar, por ser tão vasto, mas sinto-me aconchegada.
De que forma está empenhada em ter uma vida longa, saudável e feliz?
Através da minha maneira de estar na vida, sendo vegan, cuidando mais de mim. Vou continuar a fazer terapia, algo que ainda é difícil as pessoas assumirem, mas que faz parte de um processo de autoconhecimento.
Uma receita que adora: cuscuz marroquino
A atriz Filipa Areosa partilha com os leitores da Revista Prevenir uma receita que adora.
Ingredientes:
- 1 copo (250 g) de cuscuz
- 1 copo de água
- 3 colheres (de sopa) de azeite
- 1/4 de couve-roxa
- 1 a 2 cenouras
- 6 colheres (de sopa) de cebola-roxa em fatias finas
- 2 dentes de alho em fatias finas
- 2 colheres (de sopa) de salsa picada
- 1/2 copo de nozes partidas ou amêndoas laminadas
- 4 colheres (de sopa) de uva passa
- Tomate-cherry (a gosto)
- Sal a gosto
- 1/2 colher (de sopa) rasa de caril em pó (opcional)
- Iogurte de coco q.b
- Sumo de limão (a gosto)
Como preparar:
- Ferva a água.
- Coloque o cuscuz numa tigela e adicione a água a ferver. Mexa por dois minutos. Coloque um prato em cima e deixe a cozer por cinco minutos.
- Adicione uma colher de sopa de azeite e sal. Misture e guarde.
- Numa frigideira grande, coloque duas colheres de sopa de azeite, acrescente a cebola e o alho, de seguida o caril, a cenoura, a couve, as uvas passas e as amêndoas.
- No final, junte tudo ao cuscuz e finalize com molho de iogurte de coco com sumo de limão.