É chegado o período pelo qual muitos anseiam. Fazer uma pausa na rotina diária casa-trabalho-casa, fechar a agenda, não ter compromissos nem prazos apertados. Alguns chamam-lhe férias, mas há quem entre em stresse e não consiga desligar do trabalho. O stresse do vazio. Existem vários fatores que o podem desencadear. O facto de o conceito de valor pessoal resultar daquilo que faz e do que possui (cargo, prestígio, dinheiro, bens materiais, amizades, companhia); o facto de o ócio ser algo a que não está habituado; o facto de lhe terem ensinado que descansar é algo a que não se deve permitir, que é algo improdutivo, pouco sério e pouco útil à sociedade; o facto de o trabalho estar a ser usado como tábua de salvação para problemas emocionais, relacionamentos insatisfatórios, solidão, sensação de desamor ou falta de objetivos pessoais.
Sinais de alarme
Quando o facto de estar de férias provoca ansiedade, a saúde e o bem-estar são afetados. Podem surgir sintomas físicos, como distúrbios gastrointestinais, febre ligeira e dores musculares. Esteja atento a sinais de alerta como: sentimentos de angústia e de ansiedade por ir de férias que se intensificam na véspera da data marcada; cansaço quando está sem fazer nada; dificuldade em descansar; necessidade de interromper as férias; irritabilidade; falta de paciência para os outros; necessidade de comer mais do que o habitual; fortes dores de cabeça; descontrolo do ciclo menstrual; e perturbações do ciclo do sono/vigília.
Desligar do trabalho
Se já foi afetado por alguns destes sintomas durante as férias, experimente adotar algumas estratégias que lhe permitam desligar do trabalho sem se sentir mal por isso. Para começar, e se o mal-estar é frequente, pense em repartir as férias o mais possível. Isso vai diminuir a sua ansiedade por ficar muito tempo fora e permite-lhe descansar em vários momentos, ao longo do ano.
Planear, planear, planear
Antes de partir, planei com antecedência as atividades que vai fazer em cada dia. Use tempo para fazer coisas diferentes das habituais ou para as quais não costuma ter tempo, como ir ao spa ou visitar mercados de rua do comércio tradicional. Estipule também algum tempo livre e permita-se passá-lo sozinho. Se tiver crianças, defina algumas atividades para elas. Isso diminui as perguntas e a necessidade de arranjar desculpas e justificações de última hora. Muito importante: não reserve o período das férias para resolver problemas pessoais. Por exemplo, se a sua relação não está bem, o tempo livre vai obrigá-lo a passar mais tempo a analisar os porquês. Tal pode não acabar com a sua relação, mas pode acabar consigo, mantendo a sua relação igual ou pior.
Redirecione a mente
Aproveite o período de pausa para criar algum distanciamento em relação à sua vida profissional. Viva os dias de férias com mais leveza, dando aos assuntos do trabalho o seu peso real e não a carga que lhes confere. Evite encontrar-se com amigos comuns aos do trabalho.
Descanse. O trabalho existirá sempre. Estará lá sempre. Amanhã não sabe como será
Disponibilize mais tempo para estar com pessoas de quem gosta e que o fazem sentir-se bem. Aproveite para treinar o dizer “não” ao que não gosta nem lhe faz bem.
Simplifique
Tenha coragem para desligar as “máquinas” que o mantêm em comunicação com o trabalho: telemóvel e computador. Se não conseguir fazê-lo, estabeleça uma hora específica para ligar o aparelho e um limite de tempo para estar ligada – não mais de meia hora por dia. Torne os seus dias mais simples, optando por refeições e vestuário práticos e programas pouco elaborados. Descanse. O trabalho existirá sempre. Estará lá sempre. Amanhã não sabe como será. O único tempo que pode controlar é o agora. Por isso, aproveite.
