COVID-19: a fadiga da pandemia

COVID-19: A fadiga da pandemia

A seguir ao medo da COVID-19 vem o cansaço e o cansaço pode provocar a indiferença. É a fadiga da pandemia.

  • EdiçãoVanda Oliveira

A fadiga da pandemia refere-se a um sentimento de sobrecarga, por nos mantermos constantemente vigilantes, e de cansaço, por obedecermos a restrições e alterações na nossa vida.

A pandemia COVID-19 exigiu e exige de todos nós uma grande capacidade de adaptação. Adotámos novos comportamentos, seguimos novas regras, alterámos o nosso dia a dia. Mas a crise provocada pelo novo coronavírus já dura há meses e ainda não é possível prever o seu fim. É natural que nos possamos sentir menos motivados para seguir as orientações e os comportamentos de proteção, após tantos meses a viver com limitações, sacrifícios e incerteza. É natural que nos sintamos cansados e fartos desta situação. A Ordem dos Psicólogos Portugueses explica-lhe o que tem de fazer.

A fadiga da pandemia pode provocar indiferença

Devido à fadiga da pandemia a nossa perceção de risco relacionada com a COVID-19 pode diminuir. Já nos habituámos à existência do novo coronavírus e temos presente todas as dificuldades que resultam das medidas de proteção – para nós próprios e para a sociedade. Não é fácil perspetivar o futuro e lidar com as alterações frequentes das orientações das autoridades de saúde, à medida que também evolui o número de casos e as dinâmicas da pandemia. Não é fácil lidar com a desinformação. A disseminação de informação falsa, contraditória e sem fundamento científico coloca-nos a todos em risco.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde revela que o “cansaço da pandemia” atinge já 60% da população

O impacto na saúde psicológica

Os efeitos colaterais da pandemia são igualmente devastadores – o desemprego, a perda de rendimentos ou a deterioração das condições de vida, por exemplo. A crise pandémica e socioeconómica gera insegurança, medo e ansiedade acerca do presente e do futuro, podendo agravar ou conduzir a dificuldades e problemas de Saúde Psicológica (como a depressão, a ansiedade ou o stresse). Há estimativas que preveem que entre 20 a 30 por cento das pessoas sofram com o impacto psicológico da pandemia.


Já sente fadiga da pandemia? Faça isto

Apesar do cansaço, é altura de redobrar esforços para combater o vírus. Os nossos comportamentos são críticos para conter a sua propagação e para nos protegermos a nós e protegermos os outros. É importante continuar a fazer a nossa vida, procurar atividades que aumentem o nosso bem-estar e, simultaneamente, minimizar o risco em todas as situações em que nos encontremos.

  • Comprometa-se. Usar máscara, lavar as mãos e manter o distanciamento físico é como parar no sinal vermelho ou usar o cinto de segurança. Mantenha-se seguro a si e aos outros.
  • Repita. Há comportamentos que temos de repetir até se tornarem um hábito e os fazermos sem esforço.
  • Tenha sempre à mão. É mais fácil não nos esquecermos se tivermos sempre desinfetante à mão, assim como uma máscara (na mala, no carro, na entrada de casa).
  • Aceite e persista, não desista. A pandemia ainda está para durar, mas adaptar a nossa vida ao novo coronavírus é possível (e necessário). Há poucos anos era comum a oferta de um número elevado de sacos de plástico descartáveis nos supermercados. Hoje tal não sucede e adaptámo-nos a essa nova realidade, ajustando o nosso comportamento.
Última revisão: Novembro 2020

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