Aumente a sua qualidade de vida

Dicas de especialistas em psicologia e psiquiatria para ter mais qualidade de vida durante o dia a dia

Na correria do dia a dia, podemos perder a mais pura e útil definição deste conceito que nos empurra no sentido da felicidade. Quatro especialistas em Psicologia e Psiquiatria ajudam-nos a reencontrar a qualidade de vida.

  • PorCarlos Eugénio AugustoJornalista

A Organização Mundial da Saúde define qualidade de vida como a «perceção do indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações». O conceito tem um carácter subjetivo, mas na sua base estão critérios universais como saúde, trabalho, relações sociais, segurança ou educação. Neste artigo, especialistas das áreas da Psicologia e Psiquiatria indicam à Revista Prevenir o que podemos fazer no dia a dia para atingir a qualidade de vida desejada.

Como ter mais qualidade de vida

– Coma bem, durma e exercite-se

Para uma maior qualidade de vida, «aposte numa alimentação equilibrada, relaxe e durma bem, faça desporto e seja solidário», aconselha Fernando Magalhães, psicólogo clínico e psicoterapeuta. Filipa Jardim da Silva, também psicóloga clínica e formadora, corrobora: «Descansar, relaxar, praticar uma atividade física regular e alimentar-se de forma equilibrada são fatores essenciais para se sentir bem». A prática de exercício físico, em particular, é uma estratégia biologicamente muito poderosa, como explica Vítor Cotovio, médico psiquiatra e psicoterapeuta: «Aumenta a componente neuroquímica do bem-estar devido à produção de substâncias como endorfinas, dopamina e oxitocina.»

– Contribua para um mundo mais justo

Helena Águeda Marujo, docente de Psicologia Positiva, Bem-Estar, Paz e Gestão de Recursos Humanos do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, incentiva-nos a «lutar dentro do universo familiar, no trabalho ou na comunidade por ambientes mais igualitários e justos. Ao participarmos como cidadãos na vida coletiva, ajudamos a co-construir o que se sonha viver como pessoa, grupo ou sociedade».

– Tenha tempo livre

«Manter-se ativo, participar em eventos ou ter hobbies que permitam relaxar, distrair ou ter prazer compensam e contrariam o stresse habitual ou as inevitáveis emoções negativas», indica Fernando Magalhães.


– Perceba e determine os seus limites

«Estabelecer uma relação o mais equilibrada possível entre mim e o meio que me envolve, o lugar onde vivo, e vice-versa, define os meus limites, aquilo que depende de mim. Ao definir esses limites, sei até onde posso ir e o grau de compromisso que me é possível ter. Posso, assim, de forma mais competente, criar raízes e tornar o meio ambiente mais harmonioso», aconselha Vítor Cotovio.

– Foque-se no presente

Faça-o «com espírito de curiosidade, sem julgamento nem crítica. A meditação e a auto-observação, por exemplo, podem permitir estar mais em contacto consigo mesmo e identificar melhor as suas necessidades físicas e psicológicas. Assim como tratar-se com mais respeito e compaixão, deixando de ser refém das suas emoções», diz Filipa Jardim da Silva.

– Privilegie o “ser e sentir” em detrimento do “fazer e ter”

«Para uma vida com mais significado, aposte na intervenção social e solidariedade. As tarefas e bens materiais são efémeros e transitórios; as experiências vividas e aprendizagens podem ser vitalícias», diz Filipa Jardim da Silva.

– Alimente o autoconhecimento

«Procure saber o que precisa de aprender, melhorar ou desenvolver. Ao entendê-lo, vai enriquecer a nível pessoal», considera Fernando Magalhães. Helena Águeda Marujo aponta no mesmo sentido, recomendando que tentemos fazer «aquilo que nos preencha e permite florescer talentos e dons próprios».

– Ligue-se aos outros

Segundo Helena Marujo, investir «nos “bens relacionais”, nas relações em que o “outro” conta e a sua identidade é essencial, sendo as motivações dessa ligação a fraternidade e reciprocidade e não questões económicas». E temos muito a ganhar com isso, explica Vítor Cotovio: «A capacidade de socializar, de pertencer a um grupo, de contar para os outros, ser solidário e fazer amizade garante raízes emocionais».

Última revisão: Dezembro 2017

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