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Matteo Bordignon: «Embora o vitiligo seja considerado uma patologia apenas estética, tem um impacto psicológico devastador nos pacientes»

Matteo Bordignon

Após anos de prática clínica em contacto com pacientes desesperados por encontrar um tratamento eficaz para as manchas brancas na pele, o dermatologista italiano Matteo Bordignon fez uma descoberta que levou ao desenvolvimento de um cosmético inovador. Os resultados partilhados pelos seus pacientes não deixam dúvidas: funciona.

  • Entrevista aMatteo BordignonMédico dermatologista e investigador

Matteo Bordignon é médico dermatologista, especialista em vitiligo, uma doença caracterizada pela perda de pigmento que leva ao aparecimento de manchas brancas na pele. A ciência ainda não sabe tudo sobre esta doença que afeta quase dois por cento da população mundial e tem um forte impacto psicológico nos pacientes, mas uma importante descoberta deste dermatologista e da sua equipa da Universidade de Pádua, na Itália, foi fundamental para o desenvolvimento de um novo tratamento. O grupo de investigadores identificou uma proteína presente na pele dos pacientes com vitiligo e provou ser esta proteína a responsável pela hipopigmentação ou formação de manchas brancas na pele. Os Laboratórios Bellla Aurora, especialistas em cosméticos antimanchas, aliaram-se ao grupo de investigadores e desta parceria nasceu o primeiro tratamento para as manchas brancas na pele. Falámos com o investigador.

Quase dois por cento da população mundial tem manchas brancas na pele, um problema que apesar de não provocar dor tem um forte impacto psicológico nos pacientes

Entrevista com Matteo Bordignon, médico dermatologista

Enquanto médico dermatologista, dedicou-se particularmente ao estudo do vitiligo. O que o levou a especializar-se no estudo desta doença?

Após iniciar a especialidade de pós-graduação, dediquei-me imediatamente à atividade clínica e à investigação. A partir do segundo ano, comecei a frequentar uma clínica focada no tratamento do vitiligo e percebi que estava perante um mistério. Tinha à minha frente uma pele absolutamente perfeita, exatamente igual à pele das outras pessoas em todos os detalhes, mas tão diferente, pela total falta de pigmentação. Para o conhecimento fisiopatológico da pele que eu tinha, isto era um verdadeiro mistério. Depois percebi que não se sabia muito sobre o vitiligo e então comecei a minha própria pesquisa.

O facto de o vitiligo ter um forte impacto na autoestima dos pacientes também teve influência no seu desejo de encontrar um tratamento eficaz?

Sim, completamente. Embora o vitiligo seja considerado uma patologia apenas estética, está entre as doenças com os menores índices de qualidade de vida, devido ao impacto psicológico devastador que causa nos pacientes. Muitos deles perdem autoestima, sentem-se socialmente desconfortáveis, tanto na vida profissional como pessoal.

Em 2013, fez uma descoberta importante que contribuiu para um conhecimento mais profundo do vitiligo. Pode explicar-nos o que descobriu?

Juntando todo o meu conhecimento, consegui demonstrar a presença de uma proteína específica na pele com vitiligo. A primeira publicação desta pesquisa aconteceu em 2013 no Journal of Dermatological Science, uma das revistas mais conceituadas no campo da pesquisa dermatológica. Nesse artigo é explicado que uma determinada proteína chamada MIA (sigla para Melanoma Inhibitory Activity) foi identificada pela primeira vez como uma possível causa real da expressão clínica da patologia.

Como chegou a essa descoberta?

Tudo começou quando decidi entender um pouco melhor o vitiligo. Perguntava-me porque é que toda a gente insistia na patogénese autoimune do vitiligo quando todos os elementos clínicos, terapêuticos e até científicos diziam o contrário.
O descolamento dos melanócitos favorecido pelo trauma (e provavelmente também por outros fatores, como o stresse oxidativo) ocorre de uma forma que o sistema imunológico não é alertado, é por isso que as manchas brancas não ficam vermelhas, nem provocam comichão e que os vários imunossupressores não funcionam ou resultam muito pouco. Os melanócitos saem de cena “em silêncio”, sem alarido ou reação. O distanciamento, a perda de adesividade: estas palavras rodopiaram na minha cabeça durante dias como uma centrifugação descontrolada. Mas, o que causa esse distanciamento? Tinha de haver algo que favorecesse essa perda de adesividade. De repente, como às vezes acontece na vida, uma intuição, uma luz no escuro. E tudo ficou claro.

De que forma a sua descoberta foi importante para o desenvolvimento de um novo cosmético para as manchas brancas? Como começou a sua colaboração com a marca Bella Aurora?

Eu e a minha equipa da Universidade de Pádua demonstrámos pela primeira vez o mecanismo de ação da proteína MIA em humanos, com a descoberta da presença da proteína MIA em pacientes com vitiligo. Em segundo lugar, a descoberta foi confirmada pelo modelo animal, ao sermos capazes de fazer com que ratinhos desenvolvessem vitiligo usando apenas a proteína MIA. Isso abriu perspetivas terapêuticas completamente novas.
A marca de cosmética Bella Aurora sempre se especializou no estudo de melanócitos e no tratamento de manchas escuras na pele. É por isso que a empresa é conhecida em todo o mundo. Em 2017, uma paciente espanhola com vitiligo entrou em contacto com a marca perguntando porque é que eles não tratavam também as manchas brancas e anexou documentação completa e detalhada sobre os meus estudos. A solicitação chegou ao departamento competente e poucos dias depois contactaram-me.

«Este creme é o resultado de uma sequência de aminoácidos: cada um tem um lugar preciso. Consegue imaginar quantos testes foram feitos até obter este creme?»

Foi a primeira vez que participou no desenvolvimento de um cosmético? Como foi essa experiência?

Para o vitiligo, trabalhei apenas no desenvolvimento deste produto. Não foi fácil: antes de conhecer a Bella Aurora, encontrei muitas portas fechadas, apesar de as minhas pesquisas e os meus estudos terem sido publicados nas mais conceituadas revistas científicas internacionais. Mas nunca desisti. Bella Aurora aceitou o desafio e disponibilizou a sua tecnologia para a minha pesquisa. Foi um casamento feliz desde o início, há 4 anos. Uma experiência e uma colaboração incríveis.

Como funciona o tratamento Repigment de Bella Aurora e como deve ser usado?

Este creme é o resultado de uma sequência de aminoácidos: cada um tem um lugar preciso, que não pode ser substituído e deve estar firmemente ligado de uma forma específica. Todas as sequências de peptídeos devem ser iguais. Consegue imaginar quantos testes foram feitos até obter este creme? Repigment 12 deve ser aplicado duas vezes por dia na pele limpa. Sugerimos não aplicar outros produtos que penetrem na pele (autobronzeadores, óleos, cremes solares) durante mais ou menos 1 hora, para evitar interferências com o peptídeo. A fórmula de Repigment 12 mantém os melanócitos estáveis, enquanto a repigmentação da área afetada é estimulada por fototerapia, através da exposição ao sol (evitando queimaduras solares) ou radiação UVA ou UVB. Recomendamos complementar o tratamento com antioxidantes, como RepigmentSun que são cápsulas solares que preparam a pele para a exposição ao sol e para a fototerapia UV.

Bella Aurora Repigment 12

Repigment12 é o primeiro produto cosmético da marca Bella Aurora criado para ajudar a fazer frente às consequências estéticas do vitíligo na pele. Contém o peptídeo Repigma12 para bloquear a proteína MIA, responsável pelo aparecimento das manchas brancas.

«Repigment12 bloqueia a proteína que causa a hipopigmentação. A pele começa a recuperar progressivamente a sua cor natural em 3 meses»

É possível conjugar este novo tratamento com outros tratamentos tópicos e orais recomendados pelo médico dermatologista? Como deve ser feita essa conjugação?

Sim, claro, não há contraindicações. É apenas necessário esperar pelo menos uma hora após a aplicação de Repigment12 antes de usar os restantes produtos.

Que resultados os pacientes podem esperar obter com este novo tratamento e em quanto tempo?

Repigment12 bloqueia eficazmente a proteína que causa a hipopigmentação. Seguindo rigorosamente as instruções de uso, quando aplicado em combinação com as cápsulas RepigmentSun e exposição ao sol, geralmente, a pele começa a recuperar progressivamente a sua cor natural em 3 meses.

RepgimentSun é um suplemento alimentar que prepara a pele para a exposição solar no tratamento das manchas brancas Repigment. Contém vitaminas C e E, zinco, selénio e cobre, que ajudam a proteger as células do dano oxidativo que a exposição ao sol ou a fototerapia podem causar. O cobre contribui ainda para a pigmentação normal da pele.


Qual tem sido o feedback dos seus pacientes em relação a este novo tratamento?

Tenho muitos pacientes que me estão a enviar os seus resultados e que estão muito felizes com este novo tratamento. Eles enviam as suas fotografias, cheios de orgulho e isso é o mais importante para mim.

Apesar de ser uma solução disponível sem receita médica é importante consultar o médico dermatologista antes de iniciar o tratamento?

Sim, em primeiro lugar, para fazer um diagnóstico correto da patologia no início. E depois porque alguns tipos de pele podem precisar de conselhos específicos em relação à fototerapia com raios UV.

Continua a trabalhar na investigação do vitiligo? O que é que ainda falta descobrir sobre esta doença e de que forma isso levaria à melhoria do tratamento?

O vitiligo é dividido em duas categorias: o vitiligo segmentar é mais raro e afeta apenas uma área do corpo, de forma monolateral e estável, sem tendência à progressão. A forma não-segmentar é a mais comum e é a forma clássica simétrica e progressiva. O vitiligo extenso não-segmentar, na sua expressão mais grave, afeta o corpo por inteiro: aqui é difícil dizer se o tratamento funciona, porque não tivemos casos. Porém, se a condição, como já dissemos, é a necessidade de melanócitos, naqueles que têm a forma universal todos os melanócitos desapareceram e, portanto, é difícil voltarem. No segmentar puro estamos a fazer outros estudos. Talvez este tratamento combinado com outra coisa, possa funcionar.
Testámos o produto em adultos, também porque os produtos cosméticos normalmente são testados em adultos, com todo um protocolo de segurança a seguir. Para aplicação pediátrica, teremos que fazer estudos separados. Precisaremos de mais um ano até podermos confirmar que o creme pode ser recomendado para crianças.

Última revisão: Novembro 2021

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