Manicure sem riscos

manicure sem riscos

Quer opte pela manicure tradicional ou unhas de gel há cuidados fundamentais para garantir que as unhas ficam bonitas e saudáveis. Sempre.

  • PorSofia Santos CardosoJornalista
  • EdiçãoVanda OliveiraJornalista

Para evitar surpresas após a remoção do verniz, há critérios que deve garantir que são cumpridos aquando da sua aplicação e cuidados a ter durante a sua manutenção. Por exemplo, é importante intercalar períodos de manicure com verniz com outros em que mantém as unhas ao natural, como explica Joana Dias Coelho, médica dermatologista, à Revista Prevenir: «Além de não estar a ser exposta a agentes químicos, a unha natural permite observar eventuais alterações ou infeções, algo que não é possível quando estão pintadas». Se tem as unhas pintadas tenha o cuidado de evitar que as mãos permaneçam húmidas depois de as lavar: a humidade entre o verniz e a unha «pode levar à colonização de fungos e bactérias», alerta a médica dermatologista.

Tipos de manicure: vantagens e desvantagens

Técnica a técnica, conheça os cuidados a ter em cada tipo de manicure.

Manicure tradicional

«Na manicure convencional, após as unhas serem limadas e polidas e as cutículas hidratadas e afastadas, é aplicada uma base de verniz, que protege a unha dos pigmentos do verniz de cor que é aplicado a seguir. Finaliza-se com um verniz de brilho (top coat) e um produto secante. O procedimento demora cerca de 30 minutos. O verniz é retirado com um removedor específico e, no final, a unha fica com um aspeto natural», explica Rosária Ribeiro, formadora.

  • Vantagens: «É a técnica de manicure mais económica e poderá incluir tratamentos extras, específicos de cuidado das mãos, como hidratação, tratamento antimanchas ou revitalização.»
  • Desvantagens: «É a técnica que requer mais manutenção, pois a sua durabilidade é curta (uma semana).

A opinião da dermatologista

«É fundamental que em todo o processo de manicure seja utilizado material descartável ou esterilizado para cada cliente para se evitar a transmissão de doenças. Se as regras sanitárias de esterilização e higienização forem cumpridas, esta técnica só será desaconselhada a quem apresente alguma doença infeciosa no prato ungueal (a qual deve ser tratada antes de se usar qualquer técnica para camuflar o problema) ou alergia (ao esmalte ou aos produtos de remoção do mesmo), para evitar lesões quer na unha quer nos tecidos que a rodeiam. Existem vários casos descritos na literatura de dermatite de contacto ao esmalte utilizado na realização da manicure. Em caso de alergia, podem ser realizados testes epicutâneos de contacto para comprovar a existência de alergia aos três componentes mais comuns: o tolueno, um solvente usado para a fixação do esmalte; o formaldeído, usado para aumentar a durabilidade do esmalte; e o dibutilftalato (DBP), que tem a função de aumentar o brilho», refere Joana Dias Coelho.

Verniz gel

«É aplicado da mesma forma que um verniz convencional, a diferença é que a placa ungueal (a superfície da unha) é polida, para que esta fique sem brilho e, entre aplicações (primer, base, duas camades de verniz gel e top coat), as unhas são colocadas num catalisador com lâmpadas. O procedimento demora 30 minutos. O verniz retira-se com um dissolvente próprio e, após a remoção do verniz, a unha tem um aspeto natural», explica Rosária Ribeiro, formadora.

  • Vantagens: «O verniz é de fácil aplicação e não exige a utilização de broca para a sua remoção. É uma técnica mais económica do que a aplicação de unhas de gel. O resultado final assegura um aspeto bastante natural, durando mais tempo do que o verniz normal.»
  • Desvantagens: «Requer uma manutenção regular. Ao fim de duas semanas, devido ao crescimento natural da unha, deve repetir-se o procedimento. É também uma técnica mais dispendiosa do que a manicure tradicional.»

A opinião da dermatologista

«Embora não exista informação científica sobre o risco de utilizar esta técnica de manicure de forma sucessiva, sem interrupção, sabemos que as unhas podem ficar mais frágeis e que a exposição à radiação ultravioleta emitida pelo catalisador é prejudicial à pele das mãos. A aplicação de um protetor solar pode prevenir a penetração da radiação UV na pele. Os catalisadores com luzes LED têm menos risco para a saúde cutânea. Na minha consulta, costumo recomendar a toma de um suplemento vitamínico para as unhas composto por cistina, vitaminas B5 e B6, biotina, zinco e proteínas precursoras de queratina, durante o tempo em que é usado o verniz gel. Deve escolher um centro de referência e observar, durante a substituição do verniz, se a unha mantém um aspeto saudável, desaconselhando-se a sua manutenção em caso de infeção ou alergia», refere Joana Dias Coelho.

Unhas de “imersão em pó”

«Este novo método de manicure, além de trazer um aspeto ainda mais natural às unhas, tem a particularidade de não exigir a utilização de um catalisador com lâmpada. A sua aplicação é rápida, demorando apenas cerca de 30 minutos. O resultado mantém-se durante três a quatro semanas e a sua forte resistência evita a quebra de unhas. A sua remoção, que deve ser feita por uma técnica especializada, poderá ser realizada através de um removedor específico, broca ou lima, deixando as unhas com um aspeto natural», explica Rosária Ribeiro, formadora.

«[A imersão em pó] é a técnica ideal para as mulheres que estão grávidas, por ser isenta de produtos químicos agressivos»

  • Vantagens: «Os produtos utilizados têm adição de cálcio e vitaminas A, E, D3 e B5, que ajudam as unhas naturais a crescerem mais fortes. É a técnica ideal para as mulheres que estão grávidas, por ser isenta de produtos químicos agressivos. Também não contém os cheiros geralmente associados a outros produtos de manicure.»
  • Desvantagens: «É uma técnica mais dispendiosa do que o verniz gel ou a manicure de verniz normal.»

A opinião da dermatologista

«Ainda é uma técnica de manicure recente, mas, aparentemente, pelo facto de ser rica em vitaminas é considerada uma técnica mais saudável. Além disso, não necessita o uso de catalizador com lâmpada UV, o que a torna também mais segura. Novamente, o facto de durar três a quatro semanas implica que durante esse período não temos acesso ao aspeto do prato ungueal. É importante a sua observação entre técnicas», refere Joana Dias Coelho.

Unhas de acrílico

«O acrílico é aplicado através de um monómero líquido (conjunto de compostos químicos de baixa massa molecular) e um polímero em pó (conjunto de compostos químicos de elevada massa molecular), para criar uma camada sobre a unha natural. O procedimento tem a duração de uma hora. As unhas de acrílico são removidas através de um produto próprio e devem ser retiradas por uma técnica especializada para evitar danificar a unha natural. O processo de remoção é mais fácil do que nas unhas de gel. Se a remoção for executada corretamente, as unhas podem ficar com um aspeto desidratado, mas não ficam danificadas», explica Rosária Ribeiro, formadora.

  • Vantagens: «Graças à resistência do acrílico, estas unhas não se partem facilmente e podem durar mais de um mês. São mais resistentes e mais económicas do que as unhas de gel. A sua remoção, que deve ser realizada ao fim de três ou quatro semanas, é bastante simples e rápida e as unhas permanecem bonitas e bem cuidadas.»
  • Desvantagens: «Se forem aplicadas de uma forma incorreta, poderão ficar com um aspeto artificial. A utilização de unhas acrílicas não está recomendada em mulheres grávidas, uma vez que a sua aplicação envolve a utilização de vários produtos químicos.»

A opinião da dermatologista

«A aplicação das unhas de acrílico pode danificar o prato ungueal e criar um ambiente propício a infeções. E a sua remoção pode de facto fragilizar as unhas e torná-las mais finas e estriadas. Ao recorrer a esta técnica, é aconselhável tomar um suplemento vitamínico para as unhas, tal como o aconselhado na utilização de verniz gel, e observar as unhas entre remoções», refere Joana Dias Coelho.

Unhas de gel

«Nesta técnica de manicure, o gel é aplicado de forma a construir uma unha com um aspeto natural. Também permite fazer o alongamento das unhas, se forem utilizadas extensões de unha. A aplicação da técnica demora cerca de uma hora e meia, quando se trata da primeira aplicação, e cerca de uma hora, quando o objetivo é a sua manutenção. O verniz é retirado com uma broca, ficando as unhas, geralmente, com um aspeto desidratado, não danificadas, desde que a técnica seja realizada corretamente. Em cada passo (aplicação de primer, gel base, gel construtor, gel cor, gel brilho) as unhas são colocadas num catalisador com lâmpadas», explica Rosária Ribeiro, formadora.

«Se o procedimento não for bem executado pode causar a formação de fungos e bactérias»

  • Vantagens: «As unhas ficam bonitas e brilhantes durante mais tempo (três ou quatro semanas). Por serem mais resistentes, podem ser limadas ou pintadas como se fossem unhas naturais.»
  • Desvantagens: «É um método dispendioso que exige custos de aplicação e manutenção. Se o gel for retirado incorretamente, este poderá danificar as unhas naturais. Por outro lado, se o procedimento não for bem executado também pode causar a formação de fungos e bactérias. As unhas também podem ficar frágeis e quebradiças, devido ao uso excessivo ou incorreto da broca, durante as sessões de manutenção. Por todas estas razões, é fundamental que esta técnica seja realizada apenas por profissionais especializados.»

A opinião da dermatologista

«Existe o risco de alergia aos produtos que compõem o gel (os acrilatos) e o facto de ser usada broca para a remoção fragiliza o prato ungueal e este fica comprovadamente mais fino e frágil. É importante observar a unha entre remoções para verificar se não há colonização por fungos ou bactéria ou coloração do prato ungueal. Na dúvida, deve abandonar a técnica para que as unhas sejam observadas por um dermatologista. A toma de um suplemento vitamínico para as unhas ajuda a fornecer o aporte de vitaminas necessárias para regenerar o prato ungueal. Desaconselha-se a quem tiver alguma doença ungueal infeciosa e a quem tiver alguma alergia aos produtos usados nesta técnica», refere Joana Dias Coelho.


Manicure biológica

É um método alternativo que utiliza produtos com menos ingredientes químicos, como explica Cátia Curica, fundadora da Organii, a primeira empresa em Portugal especializada em cosmética biológica.

O que a distingue da manicure tradicional?

«Na manicure convencional, são usados queratolíticos (substâncias químicas) que dissolvem a camada córnea da pele (a cutícula) para que esta seja mais facilmente removida. Na manicure biológica, utilizam-se óleos ou manteigas vegetais, como a manteiga de karité, que promovem a hidratação e a elasticidade da cutícula, para que esta fique elástica, inteira e sem espigões e para que, desta forma, não seja necessária a sua remoção.»

Os produtos utilizados são biológicos?

«A cosmética biológica não consegue fazer vernizes que permaneçam nas unhas. No entanto, foram desenvolvidos tratamentos que, apesar de não terem um certificado biológico, são isentos de alguns dos químicos mais tóxicos para as unhas e que são utilizados na manicure tradicional como o formaldeído, a resina de formaldeído, os ftalatos, o tolueno, a cânfora, o xileno, os parabenos, o fosfato de trifenila e a tosilamida de etilo. Todos estes ingredientes secam as unhas, impedindo que estas “respirem”, deixando-as amarelas e fracas, levando a uma saúde mais débil das unhas a longo prazo.»

Que limitações tem face à técnica normal?

«Os vernizes demoram mais tempo a secar e o resultado final não consegue manter-se mais do que uma semana.»


Cutículas: retirar ou manter?

«A cutícula, a camada de pele entre o dedo e a porção proximal da unha, tem um papel muito importante como barreira de proteção para fungos e bactérias. A sua remoção na manicure possibilita a entrada de água, corpos estranhos, fungos e bactérias, podendo levar a uma inflamação periungueal denominada de perioníquia. Assim, o ato de afastar a cutícula deve ser realizado por um técnico experiente, para que haja a menor lesão possível da cutícula, sem removê-la na sua totalidade. A aplicação de um emoliente diário nessa zona ajuda a manter as unhas com um aspeto cuidado», aconselha Joana Dias Coelho, médica dermatologista.

Última revisão: Março 2018

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